"Diz-se que 'à terceira é de vez', assim como se evoca que 'não há duas sem três'. Estes dois aforismos contradizem-se, mas ao povo pouco ou nada interessa e credibilidade das suas máximas, nem tal afecta, que se saiba, o omnipresente PIB, o sacrossanto saldo da balança comercial ou as inúteis sondagens online de jornais. Mas hoje, enquanto escrevo esta crónica - falta agora meia hora para o início da final da UEFA Youth League - torna-se problemático encontrar conforto na sabedoria popular supostamente inerente à consagração de aforismos, especialmente de antitéticos.
É de ressalvar, no entanto, que a terceira final disputada em sete edições da UEFA Youth League, independentemente do seu desfecho, justifica o elogio ao projecto de formação que tem sido desenvolvido pelo Sport Lisboa e Benfica.
Embora considere que o 'resultadismo' e a 'campeonite' podem prejudicar o retorno que a formação deve dar, há que reconhecer que os títulos são uma consequência natural do trabalho bem feito. Não po acaso, desde que a aposta benfiquista na formação passou a dar retorno, também os títulos surgiram e a presença em finais da 'champions' dos juniores passou a ser quase normal.
Do meu ponto de vista, a formação serve unicamente para aumentar a competitividade do nosso plante profissional. Seja pelo contributo desportivo de atletas formados no Benfica Campus, seja porque, pela alienação de passe destes atletas, aumentamos a nossa capacidade de investimento, é-me indiferente. Só me importa que, no final de cada temporada, a nossa equipa sénior arrecade troféus. E é inegável que, nos últimos sete anos, a nossa formação tenha sido instrumental nos muitos títulos conquistados. Obrigado!"
João Tomás, in O Benfica
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