"O rol de emprestados é extenso, mas nem todos têm perspectivas de voltar a integrar o plantel do SL Benfica na próxima época (seja lá quando ela for). Uns por estarem em fim de linha, como Fejsa, outros por estarem no início da mesma, como Nuno Santos, outros por simplesmente não contarem, como Caio Lucas ou Cádiz.
Alguns serão seguramente vendidos, outros novamente emprestados, outros colocados nas equipas secundárias. No entanto, três emprestados podem integrar o próximo plantel encarnado, dada a qualidade e consistência demonstradas e as lacunas e necessidades dos quadros principais do clube da Luz.
Segue a lista desses mesmos três futebolistas, em ordem crescente de qualidade e probabilidade de virem, de facto, a integrar o plantel.
1.
Diogo Gonçalves – É um dos produtos verdadeiramente Made in Benfica. Ingressou no clube com 11 anos e cedo mostrou ser uma das maiores promessas ofensivas dos encarnados. Alinhando como extremo/ala direito, o bejense foi fazendo furor nas equipas de formação do clube da Luz. Na época 17/18, fez os primeiros jogos pela equipa principal, concretamente treze.
A inexperiência, no entanto, fazia-se notar. Faltava capacidade regular de tomar decisões acertadas. Muita habilidade, mas pouco pragmatismo. Clube e futebolista consideraram que seria boa ideia uma experiência no segundo escalão inglês, ao serviço do Nottingham Forest FC. Não o foi. Diogo participou em apenas dez partidas e não fez mossa a qualquer adversário. Esta época, surpreendentemente, tudo mudou.
A surpresa não reside na qualidade ou falta dela do jogador, mas no facto de Diogo Gonçalves se ter afirmado numa posição mais recuada. João Pedro Sousa apostou nele a lateral-direito e o jogador cresceu de sobremaneira. Demonstrou uma boa capacidade defensiva sem perder a sua qualidade ofensiva, que conseguia exponenciar quando, por vezes, alinhava na sua posição de origem.
Tornou-se um futebolista polivalente, sendo capaz de dar conta de todo o corredor direito. Além do mais, fê-lo numa equipa com uma filosofia de jogo semelhante à dos encarnados e numa equipa que guerreava pela Europa até ao momento da suspensão, o FC Famalicão.
Com 23 anos e muita qualidade, esta pode ter sido a época-catapulta para Diogo Gonçalves, que poderá e deverá regressar a casa para ser pronto-socorro de um lado direito que bem precisa de alternativas.
2.
Filip Krovinovic – O croata chegou aos encarnados como uma grande promessa e na única época que pôde fazer “em condições” ao serviço das águias demonstrou qualidade e magia. Não contribuiu muito para as estatísticas, tendo apontado “apenas” dois golos, pouco para o que construía, e somente fez dezanove jogos. Uma lesão grave travou o que se perspectivava ser um crescimento contínuo até um estatuto de craque nacional e internacional.
Na época transacta, após a recuperação, esteve em três jogos da equipa B e nove da equipa principal. Contudo, precisava de jogar constantemente para voltar ao nível mais próximo possível do que havia apresentado anteriormente. Para isso, tinha que ser emprestado e foi-o. O West Bromwich Albion FC, candidato claro à subida à Premier League, apostou nele e deu-lhe a camisola número “7”.
O médio de 24 anos correspondeu, tendo sido aposta regular (34 jogos) e tendo provado o seu valor. Notícias veiculadas antes da suspensão do futebol a nível mundial (excepção feita à Bielorrússia) davam conta da vontade dos ingleses avançarem para a contratação em definitivo de Krovinovic, caso subissem ao principal escalão do futebol inglês.
Face à suspensão em curso, à qualidade do croata e à premente necessidade de criatividade e magia do plantel encarnado, Filip Krovinovic pode muito bem voltar a jogar de águia ao peito.
3.
Facundo Ferreyra – O argentino chegou com 27 anos a Lisboa para ser aposta imediata, por força da idade, mas também da veia goleadora que havia apresentado ao serviço do FK Shakhtar, com 53 golos em três épocas. Todavia, a falta de golos na primeira metade da temporada 18/19 forçaram clube e jogador a acertar um empréstimo de dois anos ao RCD Espanyol de Barcelona.
No primeiro meio ano em terras catalãs, Ferreyra não fez mais nem melhor do que mimetizar o que havia feito na Luz: nove jogos e um golo. Na época agora suspensa, o cenário melhorou um pouco: 24 jogos e oito golos num clube a atravessar um mau momento. Sete desses golos foram conseguidos em nove jogos na Liga Europa.
Raúl de Tomás e Calleri tornam difícil a vida do argentino na Catalunha e o regresso a Lisboa também não seria fácil. Ainda assim, caso as águias optem por vender Haris Seferovic (o que seria mais provável se houvesse Europeu este ano), Ferreyra pode ser uma solução sem custos e de qualidade, tendo características interessantes para o estilo de jogo do SL Benfica, sendo forte nos movimentos de ruptura, de profundidade, de tabela com o segundo avançado/médio-ofensivo e na capacidade de prender os centrais."
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