Últimas indefectivações

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Cadomblé do Vata (Diagnóstico...)

"Faltavam poucos minutos para o intervalo do Benfica - Rio Ave, quando Nuno Santos pegou na bola perto do meio campo, arrancou em velocidade pela nossa direita com André Almeida a perder 1 metro a cada 2 passos, entrou na nossa área e rematou ao poste. Ontem a meio da primeira parte do Lyon - Benfica, Koné (ou outro francês qualquer) pegou na bola perto do meio campo, arrancou pela nossa direita com Tomás Tavares a perder 1 metro a cada 2 passos, entrou na nossa área e assistiu para o 2-0.
O problema do Benfica na Champions não é o nome do lateral direito nem o cabelo do ala do mesmo lado ou a idade do médio centro defensivo. Tudo reside numa questão simples: quantos jogadores do nosso plantel têm lugar de caras no 11 dos nossos adversários sem necessitarem de 1 ano de adaptação? O problema do Benfica é que faz 32 jornadas em ritmo de passeio no campeonato, com momentos de pressão alta adversária esporádica e o comodismo de saber que a cada 5 oportunidades, o rival vai aproveitar 1, na melhor das hipóteses. O problema do Benfica é que a velocidade com que Vinicius abordou um lance em que Chiquinho rouba uma bola na saída da defesa francesa, para depois colocar num coração da área, para onde o brasileiro caminhava a passo, chega e sobra para 99% dos jogos que vai disputar em Portugal.
Sem querer fazer a defesa do indefensável, a "Teoria da Invenção de Tudo de Bruno Lage" é uma falácia. Em relação ao último 11, alterou 2 jogadores. Coincidentemente, retirou da equipa dois dos mais criticados atletas do SL Benfica. E se a tese de que o 2-0 não acontecia com André Almeida, morre no primeiro parágrafo, a entrada de Gedson (que ressalve-se, colocou 2 belos remates pela linha lateral) tem como óbvia explicação uma óbvia constatação: Pizzi (que hoje está nas graças dos adeptos como nunca esteve... até ao próximo jogo) não defende e ao Benfica falta (muito) músculo para estas andanças, facto que condena Gabriel a ser sucessivamente o menos mau do Glorioso na Champions. Mais do que questões tácticas ou de data de nascimento, ao Benfica falta qualidade individual e capacidade física para abordar duelos disputados em alta velocidade e em curtos espaços de terreno.
Mais do que recordar os dois últimos desastres europeus, a presente participação traz-me à memória a primeira apresentação do agora D. Sebastião Jesusiano na competição que logrou passar 1 vez da fase de grupos em 5 tentativas pelo Glorioso, onde curiosamente também defrontamos os franceses de ontem com vitória no sufoco em casa (apesar da larga vantagem que chegamos a alcançar) e derrota humilhante em terras gaulesas onde nem 1 remate enquadrado conseguimos. Tal como há 9 anos, entramos na prova com elevadas expectativas criadas pelo brilharete nacional da temporada transacta com marca indelével dos treinadores e planteis jovens supostamente de qualidade ímpar. Tal como nesse ano, vamos baquear na sobre valorização dos jogadores e na inexperiência na prova dos treinadores. O lado bom da coisa, é que volvida quase 1 década de raros e esporádicos êxitos na prova rainha internacional, os adeptos ainda continuam a não ficar indiferentes ao que a nossa equipa por lá (não) vai fazendo. Quando isso deixar de acontecer, estaremos mortos."

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