"Começou mal e acabou mal: o Benfica foi derrotado em Lyon, por 3-1, na 4ª jornada da Liga dos Campeões, e praticamente hipotecou a possibilidade de seguir em frente na prova
Tem sido uma conversa recorrente, proveniente das bocas de quem manda no clube, uma, duas, três, inúmeras vezes - a última das quais numa entrevista de Luís Filipe Vieira à TVI, no final de Setembro: há um projecto europeu do Benfica para chegar à final da Liga dos Campeões.
Ideias há muitas, sonhos também, e esta, baseada, segundo os dirigentes, na formação do Seixal, pode até ter pernas para andar no futuro - basta ver o que fez recentemente o Ajax. O problema é que, para já, este Benfica pouco mais pode fazer do que sonhar, pelo menos a nível europeu.
Já antes do jogo desta noite, as contas não estavam fáceis para a equipa de Bruno Lage, que tinha perdido com o Leipzig e com o Zenit. Ainda assim, a vitória sobre o Lyon, na Luz, dava esperança, pelo que se esperava que o Benfica procurasse a todo o custo ganhar em Lyon.
Mas bastaram quatro minutos para a esperança começar a desvanecer-se. Num canto curto, o Lyon desposiciona a defesa benfiquista quase para fora da área e, de primeira, Dubois cruza para o espaço deixado no local: Rúben Dias atrasa-se ligeiramente a baixar e, aí, Joachim Anderson ataca a bola de cabeça e faz 1-0.
Como uma desgraça nunca vem só, o Benfica ainda mal se recompunha do golo quando, em novo cruzamento para a área, Vlachodimos acertou na bola... e na cabeça de Ferro: o defesa central caiu e teve mesmo de ser substituído por Jardel.
Nos primeiros minutos do jogo, o Lyon dominava e o Benfica era praticamente inexistente, limitando-se a lançar bolas de forma repentina para o ataque, onde estavam - tal como estiveram contra o Rio Ave - Chiquinho e Vinícius, apoiados por Cervi, Gabriel, Florentino e Gedson - este último uma novidade em relação ao último jogo, com Pizzi a ser remetido para o banco.
Na defesa, Grimaldo, Ferro (ainda que por poucos minutos) e Rúben Dias mantiveram-se como titulares, com a lateral direita a ficar para Tomás Tavares, relegando André Almeida para o banco. O jovem formado no Seixal, ao contrário de outras ocasiões, teve uma noite para esquecer, já que raramente conseguiu dar conta de Houssem Aouar, sempre muito rápido pelo corredor.
Foi exactamente por aí que, à meia-hora de jogo, o internacional francês acelerou, ultrapassando Tavares e aproveitando a falta de cobertura defensiva do Benfica - nem Florentino nem Rúben Dias estavam por lá -, para oferecer a bola, já na área, a Memphis Depay, que fez o 2-0.
Já antes do 2-0 - e mesmo depois do 2-0 - era o Lyon que tinha mais bola e parecia tranquilo no jogo, ao contrário do Benfica, que tinha muitas dificuldades para construir jogadas, já para não falar da criação de oportunidades de golo: o primeiro lance de perigo enquadrado com a baliza de Anthony Lopes só surgiu já em cima do intervalo, quando Chiquinho entrou na área e rematou, mas o guarda-redes português impediu o golo.
Ao intervalo, reconhecendo a exibição pobre de Gedson, Bruno Lage fez entrar Seferovic, com Chiquinho a ser desviado para a direita, e a verdade é que o Benfica melhorou, ainda que não significativamente.
Chiquinho criou perigo num livre directo e Seferovic ainda assustou com um remate de longe, enquanto o Lyon, já mais resguardado, procurava sair em contra ataque rápido - num deles, Dubois testou Vlachodimos.
O ritmo do jogo foi baixando e, já com Pizzi em campo, por troca com Cervi (aos 73'), o Benfica conseguiu finalmente marcar: grande passe longo do internacional português para Seferovic, que dominou com o peito e fez o 2-1. O golo seria anulado por suposto fora de jogo do avançado suíço, mas o VAR repôs a legalidade da desmarcação de Seferovic, validando o lance.
O Benfica voltava a acreditar e tentava empurrar o Lyon para trás nos últimos minutos, mas, já em cima dos 90', uma jogada que personificou aquilo que foi o jogo: Bertrand Traoré entrou na área com bola, até nem estava enquadrado com a baliza, mas, perante a apatia de Jardel e do afastamento de Rúben Dias, aproveitou para conduzir para dentro e rematar para o 3-1.
Com a terceira derrota na prova, o Benfica é último classificado do grupo G, com apenas três pontos - o Zenit tem quatro, o Lyon tem sete e o Leipzig tem nove. E, agora, dificilmente a equipa de Bruno Lage chegará aos oitavos de final."
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