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quarta-feira, 10 de abril de 2019

NCAA March Madness: Sweet Sixteen - Elite 8 - Final Four

"Fez agora no início de Abril, 27 anos que, o Eng. João Pinto Carmona (então Presidente da Associação de Basquetebol de Lisboa, Sub-Director da revista “Basket” e responsável pela área internacional)) e eu, tivemos a oportunidade de assistir à “Final Four” do Torneio Nacional Universitário de Basquetebol Masculino (I Divisão) NCAA-1992 na cidade de Minneapolis, estado de Minnesota, a convite do nosso amigo e conceituado treinador George Raveling que, ao tempo, tinha sido eleito melhor treinador universitário do ano nos USA.
Naquele ano, as quatro equipas universitárias que ficaram apuradas para a “Final Four” foram, como é norma, as vencedoras das finais regionais:
- East Regional: Duke 104 -  Kentucky 103;
- West Regional: Indiana 106 - UCLA-79; 
- Southwest Regional: Michigan 75 -  Ohio State 71;
- Midwest Regional: Cincinnati 88 -  Memphis State 57.

De acordo com os entendidos em matéria de basquetebol universitário nos Estados Unidos, o encontro disputado entre as Universidades de Duke e Kentucky (104-103), ainda hoje é considerado o melhor jogo da história do basquetebol universitário.
As equipas das Universidades de Duke, Michigan, Indiana e Cincinnati, estavam recheadas de excelentes jogadores tais como: Bob Hurley, Christian Laettner, Grant Hill, Antonio Lang e Brian Davis (Duke), Chris Webber, Jalen Rose, Juwan Howard, Jimmy King e Ray Jackson (Michigan), Calbert Cheaney, Greg Graham, Alan Henderson e Damon Bayley (Indiana), Herb Jones, Anthony Buford, Nick Van Exel e Corie Blount (Cincinnati) que, mais tarde, foram recrutados pelas equipas da NBA.
Por sua vez, os treinadores eram dos mais conceituados do basquetebol universitário norte americano: Mike Krzyzewski (Duke), Bobby Knight (Indiana), Steve Fisher (Michigan) e Bob Huggins (Cincinatti). Os resultados verificados foram na meia final: Duke - 81 Indiana - 78; Michigan - 76 Cincinatti - 72. À grande final assistiram cerca de 50.000 espectadores. O resultado foi surpreendente com a vitória de Duke por 71-51 sobre o fabuloso cinco inicial do Michigan. Deste modo, naquele ano, a equipa da Universidade de Duke conquistou o ambicionado título nacional universitário de basquetebol masculino pela segunda vez.
Por coincidência, 27 anos depois, a “Final Four” deste ano foi realizada na mesma cidade (Minneapolis) mas não na mesma instalação desportiva (Metrodome) que, posteriormente, teve que ser demolida após a respetiva cobertura ter desabado com o peso da neve (Dez/2010). Agora, a derradeira fase do NCAA Division I Men´s Basketball Tournament, mais conhecido por “March Madness”, foi efectuada no novo estádio “U.S.Bank Stadium” que foi construído, exactamente, no mesmo local. O torneio deste ano foi, como habitualmente, um dos mais interessantes e populares eventos desportivos norte americanos, porque se trata de uma competição universitária de basquetebol de âmbito nacional, extremamente rigorosa e muito exigente, sem margem de erro na medida em que as equipas são eliminadas à primeira derrota. O “March Madness” que faz parte da cultura desportiva norte americana desde os anos quarenta do século passado, é uma festa nacional de um desporto colectivo inventado nos EUA, praticado pela maioria das crianças e jovens americanos, que já ultrapassou todas as fronteiras à escala mundial, inclusive as mais fechadas, como a Coreia do Norte. Trata-se de uma competição muito exigente para os jovens praticantes universitários, no entanto, o povo norte americano adora este sistema competitivo pelo que acompanha de perto o seu desenrolar, ao vivo ou em directo, através das transmissões televisivas efectuadas pelas principais estações de desporto a nível nacional.
Durante o mês de Março e primeira semana de Abril, a comunicação social fez uma ampla cobertura à participação das 68 equipas das diversas universidades que, para terem acesso a este torneio tiveram que ter um percurso desportivo exemplar (época 2018-19) nas competições das conferências regionais em que estão inseridas.
A grande novidade, para nós, foi a participação de 3 jovens portugueses integrados nas equipas das universidades que frequentam, através da concessão de uma bolsa de estudo ao abrigo do estatuto estudante/atleta, muito utilizado no ensino superior nos Estados Unidos. Os seus nomes são Neemias Queta e Diogo Brito da Utah State University que ao vencerem a Mountain West Conference ficaram apurados para o “March Madness” tendo, no entanto, sido eliminados na 1ª ronda pela equipa da Universidade de Washington por 78-61. De igual modo, Francisco Amiel em representação da equipa do Colgate College, vencedora da Patriot League, também teve acesso ao torneio nacional tendo a sua equipa sido afastada na primeira eliminatória pela formação da universidade de Tennessee por 77-70. De qualquer modo, um aplauso para os referidos atletas e que esta experiência sirva como forte motivação para a sua valorização pessoal como estudantes e desportistas de elite e, já agora, também contribua para aumentar o interesse dos jovens portugueses pelo basquetebol de maneira a melhorar uma modalidade que, há demasiados anos, se encontra numa letargia incompreensível e inaceitável. 

Diferentes fases da Competição/Apuramento
First Four (19 e 20 Março):
As oito equipas repescadas jogaram uma eliminatória entre si tendo sido apuradas para o first round as seguintes universidades: Farleigh Dickinson, Belmont, North Dakota State e Arizona State.
First Round (21 e 22 Março):
Participaram nesta 1ª eliminatória 64 equipas tendo ficado apuradas as 32 vencedoras, ou seja, o contingente ficou reduzido a metade: Minnesota, Louisiana State, Auburn, Florida State, Michigan State, Maryland, Kansas, Murray State, Florida, Kentucky, Villanova, Gonzaga, Michigan, Wofford, Purdue, Baylor, Iowa, Oklahoma, Texas Tech, UC Irvine, Tennessee, Virginia, Buffalo, Oregon, Washington, Duke, Houston, Liberty, North Carolina, UCF, Ohio State, Virginia Tech.
Second Round (23 e 24 Março)
Das 32 equipas participantes na segunda eliminatória metade foi eliminada tendo sido apuradas as 16 seguintes universidades: Louisiana State, Kentucky, Michigan, Florida State, Gonzaga, Michigan State, Purdue, Auburn, Tenessee, North Carolina, Duke, Texas Tech, Virginia Tech, Virginia, Houston e Oregon.
Sweet Sixteen (28 e 29 Março)
Pela primeira vez na história da competição não se registou nenhuma grande surpresa com a eliminação das equipas mais cotadas nos rankings nacionais o que veio valorizar, ainda mais, a fase denominada de Sweet Sixteen, ou seja, os confrontos entre as melhores quatro formações de cada região.

Resultados:
Gonzaga 72 - Florida State 58;
Purdue 99 - Tennessee 94 (prolongamento);
Texas Tech 63 - Michigan 44;
Virginia 53 - Oregon 49;
Michigan State 80 -  Louisiana State 63;
Auburn 97 -  North Carolina 80;
Duke 75 - Virginia Tech 73;
Kentucky 62 - Houston 58.

Elite 8 (30 e 31 de Março)
- Final Regional do Midwest: Auburn 77 - Kentucky 71 (após prolongamento);
- Final Regional do Este: Michigan State 68 - Duke 67
- Final Regional do Oeste: Texas Tech75 - Gonzaga 69
- Final Regional do Sul: Virginia 80 - Purdue 75 (após prolongamento).

As finais regionais não só definem os campeões de cada uma das quatro regiões em que a prova está dividida, como também servem de apuramento para a derradeira fase “Final Four” para se encontrar o Campeão Nacional Universitário.

Final Four
Meias Finais (6 Abril):
Virginia (Campeão do Sul) 63 -  Auburn (Campeão do Midwest) 62
Michigan State (Campeão do Este) 51 - Texas Tech (Campeão do Oeste) 61

Estes dois encontros foram um autêntico clinic sobre defesa no jogo de basquetebol. Quem teve a oportunidade de assistir ao desenrolar destes dois jogos deve ter ficado deliciado com o ambiente festivo que decorre à volta do recinto e à intensidade introduzida no próprio jogo por estes estudantes/atletas universitários.

Final (8 Abril):
Virginia 85 - Texas Tech 77 (após prolongamento)

As duas universidades finalistas, Virginia e Texas Tech fizeram a sua estreia no jogo decisivo da competição, situação que não se verificava, desde 1979, quando se defrontaram Michigan State e Indiana State, então lideradas por Magic Johnson e Larry Bird, dois dos melhores jogadores de sempre da história do basquetebol. Por outro lado, desde 2008 que não se assistia a uma final do March Madness com prolongamento, o que tornou este encontro ainda mais entusiasmante e indeciso até aos momentos finais, para os 70.000 espetadores que estiveram presentes no U. S. Bank Stadium de Minneapolis.
Universidades multi-vencedoras do March Madness
UCLA (11) (1964, 1965, 1967, 1968, 1969, 1970, 1971, 1972, 1973, 1975, 1995);
Kentucky (8) (1948, 1949, 1951, 1958, 1978, 1996, 1998, 2012);
North Carolina (6) (1957, 1982, 1993, 2005, 2009, 2017);
Duke (5) (1991, 1992, 2001, 2010, 2015);
Indiana (5) (1940, 1953, 1976, 1981, 1987);
Connecticut (4) (1999, 2004, 2011, 2014);
Kansas (3) (1952, 1988, 2008);
Villanova (3) (1985, 2016, 2018);
Louisville (2) (1980, 1986);
Cincinnati (2) (1961, 1962);
Florida (2) (2006, 2007);
Michigan State (2) (1979, 2000);
North Carolina State (2) (1974, 1983);
Oklahoma State (2) (1945, 1946);
San Francisco (2) (1955, 1956).

Treinadores com mais Títulos Nacionais
John Wooden (10) (UCLA);
Mike Krzyzewski (5) (Duke);
Adolph Rupp (4) (Kentucky);
Jim Calhoum (3) (Connecticut);
Bob Knight (3) (Indiana);
Roy Williams (3) (North Carolina);
Denny Crum (2) (Louisville);
Billy Donovan (2) (Florida);
Henry Iba (2) (Oklahoma State);
Ed Jucker (2) (Cincinnati);
Branch McCracken (2) (Indiana);
Dean Smith (2) (North Carolina),
Phil Woolpert (2) (San Francisco)
Jay Wright (2) (Villanova).

Finalmente, para além dos êxitos desportivos ou títulos conquistados pelas universidades, treinadores e jogadores, o mais significativo destas competições desportivas universitárias é que a grande fatia do bolo das receitas provenientes da venda de bilhetes, dos contratos com cadeias de televisão, do marketing do evento, dos acordos com marcas desportivas, é destinada à concessão de bolsas de estudo (cerca de 480.000) aos estudantes/atletas do universo das universidades norte americanas. 
Bem hajam."

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