"Embora numa organização, para se ganhar um novo impulso, muitas vezes seja aconselhável e até necessário um abanão, um dos bens mais estimáveis de qualquer estrutura, instituição ou empresa é a estabilidade, assim sejam fortes as suas lideranças, pois, caso contrário, como é óbvio, não resistem. Em muitas actividades esse princípio está longe de ser respeitado e na maioria das situações a mudança nem sequer está relacionada com a competência de quem dá a cara pelos resultados. Essa é uma realidade vulgar no futebol, onde a liderança de quem preside pode fortalecer ou fragilizar a liderança de quem treina.
Vem isto a propósito da continuidade de Jorge Jesus no Benfica - que aqui considerei, depois da final perdida em Turim com o Sevilha, como decisão lógica e natural - e da proposta de renovação de contrato que Luís Filipe Vieira está disposto a fazer. O Benfica, no futebol português, é o melhor exemplo de que a estabilidade é um pilar essencial para o sucesso.
Jesus está há cinco épocas na Luz e, durante este tempo, passaram 36 treinadores diferentes pelos restantes 22 clubes que competiram na 1.ª Liga. Neste mesmo período, registaram-se 79 trocas de técnicos, sendo que alguns repetiram experiências mas a maioria aventurou-se noutros bancos - neste caso, os números sobem para 107 rostos diferentes nos 22 clubes durante as cinco épocas da 1.ª Liga. Impressionante, não?
Obviamente, a estabilidade não é só por si garante de sucesso. É claro que se Jesus nada tivesse ganho, não seria ainda hoje tão desejado no Benfica. A qualidade, competência e carisma são as outras chaves para o êxito.
Mas estas últimas cinco épocas revelam outros casos de sucesso em níveis de competição distintos. Exemplos: o Estoril de Marco Silva (três épocas com uma subida e acesso à Liga Europa), o Rio Ave de Carlos Brito e Espírito Santo (os três anos e meio do primeiro seguraram a equipa na 1.ª Liga, o segundo elevou-o a outro patamar), o Marítimo de Pedro Martins (mais de três temporadas a projectar a formação com uma passagem pela UEFA) e o Gil Vicente de Paulo Alves e João de Deus (com triénio do primeiro a conduzir a equipa até à final da Taça da Liga)."
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