"Na Europa acentua-se o fosso entre meia dúzia de clubes endinheirados ou propriedade de súbitas oligarquias predatórias e os outros que se esforçam por competir, pese embora a desigualdade de meios. Basta olhar para os nossos principais clubes, não obstante todos os desejos, sonhos ou ilusões.
Benfica e Porto só por acumulação de muitas circunstâncias favoráveis poderão almejar vencer a Liga dos Campeões. A sua liga é, de facto, a Liga Europa. E aí a (ingrata) questão que se lhes coloca (e a nós adeptos) é entre um lugar de apuramento na poule da Champions para cobrar um bom pecúlio financeiro ou, não o arrecadando, ter a possibilidade de chegar longe na 2.ª divisão europeia.
Desde que a Taça UEFA virou Liga Europa em 2009/10, Portugal teve 3 finalistas em 8 possíveis (Benfica, Braga e o vencedor Porto) e foi 8 vezes semifinalista (além dos clubes já referidos, o Sporting). É este o palco natural do nosso futebol.
Na Champions das mesmas épocas, o melhor que se conseguiu foi uns quartos-de-final com o Benfica (2012/13) e uns oitavos-de-final com o Porto (2009/10 e 2012/13). Todavia, no ranking (actual) da UEFA, o Benfica ocupa a 6.ª posição e o Porto a 9.ª, ao mesmo tempo que novos colossos de agora ainda não são relevantes nessa lista (p. ex.: PSG é o 20.º, Manchester City o 27.º e Mónaco nem consta dos 453 clubes!).
A democratização clubística no acesso português à Europa é de aplaudir, mas, em regra, segue-se-lhe o reverso da medalha. Sem o Sporting e o Braga, o perigo de retroceder no ranking dos países pode implicar menos e mais difíceis presenças na Champions. Um círculo vicioso."
Bagão Félix, in A Bola
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