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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A obsessão do melhor

"Quem é o melhor jogador da actualidade? Qual o melhor jogador português de sempre? Perguntas que alimentam extensos tempos e espaços na comunicação social e que se tornaram obsessivas e entediantes. E fúteis.
Não há qualquer aparelho para medir, com objectividade, este tipo de comparações. Pelo que, ao de cima, vem sempre a natural e legitima subjectividade de quem responder. E a vantagem do presente sobre o passado.
Comete-se o erro de comparar o que não é totalmente comparável. Confrontar o melhor entre Eusébio de há 50 anos e Ronaldo de agora é igualizar falaciosamente muitas diferenças de contexto. Além de quem muita gente que ora se pronuncia nunca viu jogar Eusébio...
Eusébio jogou num tempo em que não havia substituições e não existiam cartões amarelos. Só esta circunstância leva hoje a que jogadores excepcionais sejam (e bem) mais protegidos do que antigamente em que a ordem era «ou passa a bola ou o jogador, nunca os dois».
Um outro entretimento relaciona-se com as estatísticas por tudo e por nada e a compulsão dos recordes. Por exemplo, de internacionalizações e de golos marcados. Confrontam-se números absolutos que, todavia, não são totalmente cotejáveis. No tempo de Eusébio não havia a profusão de jogos particulares, nem os amigáveis com Malta, Ilhas Faroé, São Marino, Andorra, Liechtenstein e outras insignificâncias futebolísiticas. E as selecções europeias são agora mais 21 do que antes. Basta olhar para a ex-URSS substituída por 11 selecções, a ex-Jugoslávia por 6, a Checoslováquia por 2. Só na Alemanha se deu o contrário: da RFA e RDA para uma única. Isto já para não falar dos novos países africanos."

Bagão Félix, in A Bola

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