"“Não há desculpas”, disse Vítor Pereira aos jornalistas na véspera do jogo em Barcelos que significaria o arranque do campeonato para os campeões. Era forte a convicção do treinador do FC Porto na vitória sobre o Gil Vicente. E tão confiante estava nos primeiros 3 pontos que se atreveu a dizer, antes do jogo, que não haveria desculpas para qualquer outro resultado. Vítor Pereira, no entanto, sabia ao que ia. Nem sequer poderia estar à espera de um Gil Vicente de ataque, a disputar taco-a-taco o jogo. Vítor Pereira avisou-se a si próprio: “O adversário vai ser uma equipa organizada, compacta, com linhas bem fechadas”, dissera na véspera.
Concluindo, não havia desculpas. Palavra do treinador antes do jogo. Depois do jogo a primeira desculpa foi de índole vegetal.
- A relva estava altíssima.
A segunda desculpa foi para o anti-jogo do adversário que se apresentou, tal como Pereira tinha previsto, organizado, compacto e com linhas bem fechadas. Para quem não saiba, o resultado saldou-se num 0-0 que não estava nas contas. Também é verdade que a relva por estar altíssima não ajudou nada. Começou assim o campeonato de 2012/2013. Uns culpam a relva e outros culpam-se a si próprios, como aconteceu na Luz depois do empate de estreia, depois de 2 pontos perdidos de modo absurdo e depois de, por unanimidade, os 50 mil presentes terem absolvido de qualquer culpa o infortunado Melgarejo. Trata-se, para quem não sabe, de um jovem paraguaio a quem cabe, temem os mais pessimistas entre os benfiquistas, representar este ano o papel que no ano passado representou Emerson e que há dois anos representou Roberto, outros dois infelizes estrangeiros que passaram pela Luz carregando às costas a maldição das indecisões alheias.
No Benfica, no entanto, não há só profetas da desgraça. Também há benfiquistas muito optimistas para quem a assinatura indelével de Melgarejo nos dois golos do Sporting de Braga foi um momento de sorte que poderá valer uma época inteira no sentido em que só um duplo falhanço daquele calibre logo de entrada poderá obrigar a SAD da Luz a contratar, finalmente, um lateral-esquerdo. No que diz respeito à relva na Luz, nada a apontar. Está impecável. Não teve culpa nenhuma.
ERRAR É HUMANO
Revivendo o passado em Portimão
Com o ingresso das equipas B dos grandes na II Liga, a competição viu o seu estatuto melhorado e passou a merecer grande atenção. Com os grandes-B em acção, a II Liga até pode vir a ter uma importante função social: lá mais para diante, se alguns dos grandes forem perdendo fulgor e ambição na I Liga, será na II Liga que se refugiarão os adeptos na procura de entretenimento e de consolos mais à mão de semear.
Na última jornada, em Portimão já foi grande o entretenimento, fazendo até recordar os tempos da épica e desproporcionada rivalidade entre o Portimonense e o FC Porto na década de 80 do século passado, quando umas quantas indizíveis arbitragens em jogos entre os dois emblemas deixaram a cidadezinha do Sul em polvorosa. Passaram-se muitos anos mas no último Portimonense-FC Porto fez-se jus à tradição. O Portimonense vencia por 1-0 aos 94 minutos mas o FC Porto empatou aos 95 minutos do tempo suplementar que, por exemplo, foi considerado excessivo pelo articulista do “Record”. O golo do FC Porto chegou tarde, dirão os portistas. Já os portimonenses dirão outra coisa: que o golo do FC Porto nem chegou a chegar porque a bola não entrou na baliza de Márcio Ramos. Houve zaragata e houve expulsões. Saíram todos zangados. Temos II Liga!
POSITIVO
Nélson já brilha
No seu primeiro jogo oficial coma camisola do Corunha, Nélson Oliveira saltou do banco aos 64 minutos para assinar o golo mais espectacular da primeira jornada do campeonato espanhol. Que chapéu!
Der Gaag na frente
Excelente o arranque do Belenenses na II Liga sob o comando do treinador holandês Mitchell Van der Gaag. Três jogos, três vitórias e a liderança isolada da tabela. Sinais de esperança no Restelo, finalmente.
NEGATIVO
Pobre Melga
Ninguém merece uma coisa daquelas. E Melgarejo muito menos. A estreia oficial do paraguaio adaptado a lateral-esquerdo ficou marcada por um auto-golo e um atraso fatal que resultou no golo do empate do Braga.
PÉROLA
“GOSTAVA DE JOGAR EM ESPANHA.”, James
Calma aí, rapaz, ainda há muita gente à tua frente nessa repartição. Ninguém duvida de que o futebol português é o portal para outras Ligas mais sonantes para os sul-americanos que aterram cá no burgo. Mas com os caso de Hulk por resolver, ninguém no Dragão quer um caso James em linha."
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