"Churchill disse um dia que o democracia era o pior sistema... à excepção de todos os outros. O mesmo poderia aplicar-se às Assembleias Gerais dos clubes. Num Benfica com tantos pergaminhos democráticos, confesso que não vejo alternativa. Mas a verdade é que este modelo de AG potencia hoje mais e arruaça do que o esclarecimento sereno, e favorece a preponderância de pequenas minorias inflamadas com elevada capacidade de mobilização, face à larga maioria dos quase trezentos mil sócios espalhados pelo país e pelo mundo - sem falar de protagonismo pessoais em busca de holofote.
Ali, aprovam-se ou reprovam-se contas sem que se perceba, ou sequer leia, os documentos em causa. Ali, grita-se 'demissão' e este presidente, como se gritaria e outro qualquer que não vencesse o campeonato.
Esta realidade é também produto de um tempo em que existe muito mais informação disponível sem que exista naturalmente muito mais inteligência para a filtrar, o que a transforma em simples ruído. E não é lugar exclusividade do Benfica, nem do desporto, nem sequer do país. É de um mundo em que a sensatez e a prudência deram lugar à gritaria, ao insulto, à intolerância e por vezes até mesmo à violência. Tudo o que interessa é, a coberto de uma obtusa noção de 'exigência', contestar, condenar, insultar e deitar abaixo. Depois? Logo se vê.
No meio de tudo isto torna-se difícil ser optimista quanto ao futuro próximo. Se o Benfica não voltar a ganhar rapidamente, o barulho vai recrudescer, para gáudio dos rivais e de um comunicação social ávida de sangue. E fatalmente irá afectar o rendimento desportivo das nossas equipas.
Ora, os problemas do Benfica são sobretudo futebolístico e esgotam-se na temporada que agora terminou. Nessa medida, o que precisamos não é de um novo presidente, é de um novo ponta-de-lança."
Luís Fialho, in O Benfica
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