"Perante as circunstâncias sem precedentes que permeiam aquela que é a nossa forma de viver por agora e por tempo indeterminado, importa abordar uma questão essencial (aguardamos ainda a confirmação de Pacheco Pereira de que o seja), que se prende com o impacto desportivo e financeiro que a pandemia em curso terá no futuro próximo da equipa do SL Benfica, na Era dos 20 Milhões. Uma conclusão primeira e óbvia é a de que os investimentos de tal ordem de valores vão estacar.
Caso se tratassem de investimentos com retorno desportivo, seriam bem-vindos. Consequentemente, parar os ditos investimentos seria negativo. Contudo, este “mal” pode vir por bem, se bem gerido. No pós-pandemia, o hiato entre os clubes ricos e os menos ricos pode não ser tão acentuado – num primeiro momento -, sendo provável que cada clube se veja forçado a adoptar uma estratégia de contenção e de manutenção de activos.
Nessa eventualidade, a equipa da Luz pode beneficiar do contexto desportivo e financeiro de duas formas: menor acosso ao plantel e maior aposta na formação. A mais fácil manutenção das peças-chave do plantel permitirá manter a consistência (de preferência a demonstrada na primeira metade desta época). Além disso, o ataque ao mercado será ainda mais cirúrgico se não houver necessidade de suprimir saídas de grande magnitude.
Mais cirúrgico ainda será se grande parte das lacunas do plantel for colmatada pelos produtos do Benfica Futebol Campus que estão com um pé na porta da equipa principal, como Tiago Dantas, Gonçalo Ramos, Vukotic, Jeremy Sarmiento, Kalaica, entre outros. Na formação do Seixal, há qualidade suficiente em quantidade suficiente para suprir várias falhas. Não todas, no entanto. Será sempre preciso recorrer ao mercado para dar a Bruno Lage alternativas a Vlachodimos, a André Almeida e Tomás Tavares, a Álex Grimaldo e a Pizzi (pelo menos).
No entanto, a movimentação benfiquista no mercado será inevitavelmente mais contida, caso subam de patamar os vários jovens que têm feito por merecê-lo. A aposta na formação, além de necessária, será benéfica financeira e desportivamente. Haverá, naturalmente, clubes a manter ataques cerrados ao mercado. No entanto, não serão tantos como têm sido nos últimos anos. Muitos vão ver-se obrigados a apostar em jovens da cantera, e, nessa luta, clubes como o Benfica têm vantagem.
Dessa forma, apesar de o SL Benfica poder vir a sofrer um pouco na próxima temporada, a conjuntura actual pode significar que o impacto financeiro e desportivo não seja tão grave como seria se os restantes clubes não estivessem no mesmo barco. Aliás, se este período for bem gerido, as águias até poderão voar mais alto nos anos vindouros do que têm voado nos anos mais recentes."
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