"Na primeira parte, Aves defendeu o espaço entre linhas de que o Benfica tanto gosta
Paciência sem intensidade
1. Previa-se um jogo de paciência do Benfica. No entanto, paciência sem intensidade sem acções normalmente não resulta. Num onze com quatro alterações, o Benfica entrou no jogo com circulação de bola lenta e sem movimentação no espaço onde a equipa de Bruno Lage costuma ser forte, através das recepções orientadas de Chiquinho ou de Pizzi, entre linhas. Aliado à má entrada do Benfica, houve também mérito na estratégia de Nuno Manta: adaptou Dzwigala a lateral-direito e Banjaqui e Yamga a funções não muito habituais, a fechar os corredores, funcionando Reko como elemento que tanto transformava o Aves em 4x4x2 ou a defender (Reko junto a Mohammadi), como transformava em 4x5x1, assim que o Benfica entrava no seu meio-campo. Ofensivamente estava bem presente o plano, que passava por aproveitar o balanceamento de Grimaldo e, após a recuperação da posse, lançar rápido Mohammadi, que procurava sistematicamente jogar 1x1 no lado de Ferro. Após duas ameaças, a terceira viria a resultar em golo. Gelou o Estádio da Luz! Após o minuto 25 começou a reacção encarnada, embora de forma pouco esclarecida. Mesmo assim, o Benfica criava situações suficientes para evitar a desvantagem - as intervenções de Beunardeau e, em três ocasiões, dos defesas davam vantagem ao Aves, num misto de mérito mas também de uma primeira parte muito amorfa do Benfica.
Weigl e Lage
2. Como seria de esperar, Bruno Lage tinha de mexer no jogo e não esperou para lançar Carlos Vinícius, abdicando de Jota. No entanto, sofreu um susto com a expulsão de André Almeida, que viria a ser anulada pelo VAR mas que poderia ter complicado ainda mais as coisas. Notava-se um Benfica mais dominante e intenso, encostando o Aves às cordas, mas o golo não surgia. Mérito de um Bernardeau simplesmente fenomenal, aliado à falta de pontaria dos encarnados noutras situações. Não aparecia o golo e Bruno Lage voltou a mexer, com a entrada de Cervi de forma a dar mais profundidade, abdicando do reforço Weigl - a estria do internacional alemão não foi brilhante, à semelhança do comportamento da equipa, mas teve apontamentos que confirmam a sua inequívoca qualidade.
Pressão sufocante
3. Se já não estava fácil para o Aves, a partir dessa substituição passou a ficar sufocante a pressão exercida junto à sua baliza. As oportunidades do Benfica sucediam-se e o golo chegaria apenas de penálti, num lance em que Falcão comete falta, apesar de ter Carlos Vinícius completamente controlado. Pizzi não perdoou e permitia ao Benfica ter quinze minutos para confirmar a reviravolta, o que se viria a confirmar aos 89', com Vinícius a assistir André Almeida e a fazer respirar de alívio os adeptos benfiquistas.
Seguramente uma noite para tirar ensinamentos ao Benfica, mas também há que realçar a primeira parte do Aves, pela forma como defendeu o espaço entre linhas de que o Benfica tanto gosta, obrigando quase sempre o líder da Liga a procurar o jogo exterior."
Filipe Martins, in A Bola
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