"Benfica - Paços de Ferreira - 63.000 espectadores; Benfica - FC Porto - 63.000 espectadores; Benfica - Gil Vicente - 55.000 espectadores; Benfica - RB Leipzig - 46.000 espectadores. Poderão indicar a data do jogo, a hora do pontapé de saída ou o nome do adversário. Tudo isso será válido, mas a verdadeira razão de termos as bancadas mais compostas contra o Paços de Ferreira ou Gil Vicente do que na primeira jornada da Liga dos Campeões, reside no facto dos adeptos do SL Benfica não terem nascido para serem braguistas *(ver final do texto).
A história repete-se ano após ano: define-se uma participação épica na Champions, mas qualquer equipa da competição é um bicho de sete cabeças para um Benfica, que invariavelmente dá iniciativa de jogo ao adversário, tem menos posse, menos oportunidades e menos futebol. No final falamos de eficácia, de orçamentos, de ritmo e salvo um ou outro brilharete, empochamos mais um mau resultado em casa e seguimos a vidinha. Os adeptos, sem necessitarem de grandes dotes de adivinhos, prevêem o descalabro que aí vem e desmobilizam cedo da maior competição inter clubes do Mundo. Exceptuando resultados extraordinários nos jogos fora, as perspectivas para as recepções ao Lyon e ao Zenit são ainda menos animadoras. O hino da Champions que é o sonho de todos os clubes europeus, não é mais que uma marcha fúnebre na Catedral.
O conceito de clube formador com sucesso europeu só funciona se a relva da Luz não for uma imensa vitrine para os formandos. Estrear rapazes de 18 anos em jogos de máximo grau de exigência justifica-se se daqui a 4 anos, esses atletas disputarem a competição pelo Benfica. Se ontem tivermos entrado em campo com uma defesa com média de 21 anos, porque daqui a 3 ou 4 anos, pelo menos 3 dos elementos estiverem cá, digo já que apoio, força nisso. Pelo contrário se na 1ª jornada da Champions 20/21 estivermos, por exemplo, a baptizar João Ferreira e Pedro Álvaro na Europa porque Tavares e Ferro já foram vendidos, então meus amigos, não vale a pena. Vamos andar anos seguidos a correr 6 vezes para a agonia.
O Benfica tem que definir definitivamente o que quer ser: um golfinho que faz 2 graçolas em 10 anos de Champions com prata da casa ou um tubarão que faz 5 ou 6 no mesmo período, com homens a transpirar experiência. Qualquer das duas opções é válida e eu não me importo da primeira opção, desde que seja assumida. Reclamar direito a ser a segunda dando apenas condições para a primeira é que é gorar expectativas todos os anos e massacrar o prestígio do Clube consecutivamente. Dêem-nos o que prometem e prometam apenas o que nos podem dar. Porque tudo o que vier a mais, é lucro.
* - com todo o respeito pelo SC Braga e adeptos, prometer todos os anos aproximação aos grandes e muito raramente lhes ganhar, é marca registada na cidade dos Arcebispos."
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