"Desde que chegou ao Benfica, Rui Vitória tem feito jus ao nome. Goste-se ou não das opções, goste-se ou não do estilo, o Museu Cosme Damião não deixa margem para dúvidas: Vitória é o apelido que melhor casa com Rui. Ainda assim, durante o jogo em Portimão, levantou-se um dilema em mim. Rui é Vitória - no cartão de cidadão e no museu - mas há outro apelido que lhe assentaria que nem uma luva, melhor até do que ao verdadeiro dono: que me perdoe Rui Caçador, antigo seleccionador sub-21, mas o Rui que se destaca com maior excelência na arte da caça é o nosso. 'Quem não tem cão caça com gato', afirma um velho ditado português. Isto é fácil. Substituir uma espécie que ladra por outra que mia não exige sabedoria por aí além. Complicado era, isso, sim, encontrar substituto para Krovinovic - mas Rui Vitória descobriu. Zivkovic, extremo de raiz, entrou para o meio-campo e parece que lá joga há 20 anos, apesar de o fazer apenas há três jogos.
Se fosse caso singular, talvez esperasse um tempo para levantar o meu chapéu, mas esta não é a primeira, nem a segunda, nem sequer a terceira vez que Rui Vitória é obrigado a improvisar na caçada. Perdeu Júlio César, caçou com Ederson. Perdeu Luisão, caçou com Lindelof. Perdeu Nélson Semedo, caçou com André Almeida. Perdeu Renato Sanches, caçou com André Horta. Perdeu Jonas, caçou com Gonçalo Guedes. A vida do Benfica tem sido isto: a cada baixa que aflige, uma solução à altura resolve. Não posso esconder a preocupação que me atormenta sempre que algum jogador importante se lesiona. 'E agora vamos caçar com o quê?', questiono-me bastante apreensivo. No entanto, o alarme é cada vez menor: estamos servidos de um sublime caçador."
Pedro Soares, in O Benfica
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