"É difícil explicar por palavras o que é a interacção entre um atleta e uma criança que realiza um sonho.
Talvez seja preciso, aos mais velhos, regressar à infância por uns instantes e relembrar as cadernetas de cromos, os berlindes e as carteiras de fósforos ilustradas que lhes enchiam os bolsos. Recordar a importância de um emblema, de um cachecol ou de qualquer objecto ligado a um jogador. Uma camisola ou uma bola autografada eram miragens tão fora de alcance, que nem chegavam à lista dos desejos.
Estes objectos míticos ligavam (e ainda ligam) as crianças ao grande jogo das paixões, em nome do qual abriam campos pelos becos, erguiam balizas entre sinais de trânsito, esfarrapavam mãos e medalhavam joelhos na glória dos golos ou no impossível das defesas à Bento.
O grande jogo seguia-se pela rádio, ouvia-se pelas esquinas e via-se na televisão a preto e branco mas tinha bem presente o colorido da vida! Nesse mundo os jogadores assumiam um papel de heróis míticos e transportavam quem lhes chegava próximo a uma dimensão especial a um estatuto invejável.
Hoje, no mundo em que vivemos, vulgarizou-se a imagem e o contacto virtual com os jogadores. O Facebook anda pelos bolsos e mochilas misturado com outros objectos valiosos da infância.
É verdade... mas um abraço em pleno estádio e a voz amiga de um campeão enchem a alma a qualquer um, mesmo em momentos que não deveriam ser vividos na infância. Galvanizam energias, acendem vontades e mobilizam superações, agigantam cada criança, e enchem-na com a Alma do Benfica, distribuída em abraços pelos atletas!"
Jorge Miranda, in O Benfica
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