"Benfica "superstar" depois de início titubeante.
Mais um teste, mais um triunfo. Despachados os alemães, foi agora a vez dos ingleses do Newcastle provarem da receita, tão precisados estavam depois das fanfarronices do seu técnico, para quem a deslocação a Portugal era mera formalidade. Já deviam era saber ao que vinham, após a goleada que lhes foi imposta em Alvalade, aqui há uns anos, mas, pelos vistos, nunca mais aprendem.
É verdade que este Newcastle até surgiu confiante e poderoso. De tal maneira que soube intimidar e interferir no ânimo do seu opositor, um Benfica que talvez não estivesse à espera de tamanho atrevimento. As movimentações de Cissé, na frente de ataque, cedo causaram pânico, tanto quanto as assistências e demais apoio de Sissoko e Marveaux, sempre numa roda-viva de excelente e veloz circulação de bola.
Daí que não tenha surpreendido o golo dos visitantes (12'), após combinação entre Sissoko e Cissé, que deixou completamente derrotada toda a retaguarda encarnada. Poucos minutos depois, já com "epicentro" no flanco esquerdo, foi a vez de Gutierrez solicitar o senegalês para o 0-2, mas o poste devolveu a bola, após desvio providencial de Artur. O momento era, pois, do Newcastle e o Benfica acusava retracção em demasia. Mas, num repente, tudo se modificou.
Cardozo teve oportunidade de aplicar o seu valioso pé esquerdo e Krul apenas pôde repelir para a frente, surgindo então Rodrigo para a recarga vitoriosa. Era o empate e o início de um novo ciclo no jogo. Os ingleses acusaram o toque, mas, mais do que isso, foi o Benfica a acreditar no milagre da reviravolta, encostando o adversário às cordas, que é como quem diz à baliza do atento Krul, verdadeiro responsável pela escassa capacidade concretizadora dos donos da casa neste primeiro período.
Tentou o Newcastle reeditar, após o descanso, o arranque protagonizado no jogo e Cissé, sempre ele, bem servido por Marveux, explorou a má colocação das linhas recuadas do Benfica e apresentou-se isolado para um caprichoso segundo remate ao poste. Ter-se-ia aí iniciado, provavelmente, novo capítulo na história da partida, mas se a sorte que o evitou esteve do lado do Benfica, há que reconhecer que a ela se juntou também a sageza de Jorge Jesus.
De uma assentada fez duas substituições que tiveram o condão de transmitir mais dinâmica ao jogo da equipa. Saíram André Gomes e Rodrigo, duas boas exibições sem dúvida, mas o Benfica não ficou a perder, já que entraram Enzo Perez e Lima, qualquer deles a garantir maior agressividade nas respectivas zonas de intervenção e com a particularidade de estarem mais frescos para a refrega que os aguardava.
A comprová-lo, o golo de Lima, logo após a sua entrada em campo, aproveitando um erro crasso de Santon. Logo a seguir, o 3-1, numa grande penalidade cobrada a dobrar (a primeira não valeu) por Cardozo. Dois brindes da defesa inglesa, é certo, mas que não retira mérito à maior insistência ofensiva do Benfica, que, naquela fase do jogo, podia muito bem ter causado ainda maiores estragos.
Para a parte final, Jesus completou o seu número de prestidigitação nas substituições, tirando o extenuado Cardozo para apostar numa unidade mais defensiva, Maxi, assim procurando garantir a coesão em terrenos mais recuados e, com isso, a manutenção do resultado. Já Alan Pardew tentou mais o ataque, com o recurso ao fogoso Ameobi, em detrimento do mais cerebral Marveux, mas não ganhou grande coisa com isso.
Em resumo, o Benfica teve sorte do jogo, com as tais duas bolas no poste, mas acabou por ganhar bem, pela forma como soube virar o rumo dos acontecimentos e pela clara superioridade com que, a partir daí, se impôs ao seu antagonista. Já não falando de um outro "penalty" que terá ficado por marcar por falta sobre Cardozo, ainda na primeira metade..."
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