"Esta semana, enquanto quase todos os clubes da Europa contavam tostões para contratações de última hora, a SAD do FC Porto protagonizava três negócios de gabarito. Comprou o que lhe faltava de João Moutinho e de James Rodríguez e emprestou Rolando.
Só nos dois primeiros movimentos, perdeu 9,4 milhões de euros, valor que constituem as mais-valias dos fundos financeiros aos quais estas partes dos passes foram readquiridos, pouco mais de dois anos depois de lhes terem sido alienados.
Sendo assim, o custo do internacional português passou de 11 milhões (valor da compra ao Sporting em 2010) para 14,175 milhões. E o do jovem colombiano passou de 5,1 milhões (por 60% do passe) para 13,55 milhões (por 90%).
Estas manobras tornaram-se obrigatórias perante a impossibilidade de vender jogadores fracionados para o futebol inglês. Ou seja, estes quase 10 milhões de euros são o custo, a um juro de mais de 100% ao ano, do financiamento proporcionado na fase de grande aperto vivido no final do ciclo de Jesualdo Ferreira e antes das vendas de Falcão e Hulk.
É o futebol gerido como a última bolha por estoirar do capitalismo imobiliário, enchendo os bolsos de uma corrente de intermediários, enquanto os resultados desportivos não degeneram, como aconteceu no Sporting, embora suspensa de uma conjugação de fatores aleatórios, como as lesões ou os caprichos dos treinadores. Veja-se o caso de Rolando: de ativo com cláusula de 30 milhões, passou a inativo sem espaço no plantel, salvo no final pelo amigo napolitano – que ironia fina –, sem vergonha de pagar meio milhão de euros por mês pelo empréstimo de um jogador completamente desvalorizado.
Os bons resultados no campo dão para tudo. Fazem-se grandes negócios e o futebol aguenta. Aguenta?"
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