"A pré-época é constituída por um equilíbrio difícil, pois pede-se que se experimentem possibilidades e se sedimentem realidades. Vive-se entre a possibilidade e a realidade. Vive-se entre o ensaio e a estreia.
Nesta pré-época, o Benfica defrontou, essencialmente, equipas fortes, bem estruturadas e pôde ensaiar várias possibilidades. Vimos bons jogos do Rodrigo Mora (entretanto dispensado do plantel); vimos excelentes jogos do Carlos Martins (entretanto dispensado da titularidade no primeiro jogo da época); percebemos que Ola John tem um imenso talento, mas ainda precisa de se adaptar a novas exigências; sentimos um bom potencial em Luisinho e no adaptado Melgarejo, mas sentimos também que, apesar do valor que poderão vi a ter, o lado esquerdo da defesa pede tempo de adaptação à equipa e esta não tem tempo para dispensar. Sentimos que Maxi é super, mas continua a precisar de uma alternativa (aparenta ser Cancelo, grande esperança que encanta na equipa B). Assim, também aqui apostamos na possibilidade, enquanto nos preocupamos com a realidade de não ter, efectivamente, dois futebolistas de nível idêntico para o lado direito da defesa.
A pré-época serviu para tudo isso e para muito mais. Serviu, por exemplo, para mostrar como a equipa está muito rotinada em jogar apenas com um ponta de lança e com um povoamento maior do meio campo. Entretanto, o começo da época chegou. Acabou-se o ensaio e chegou a estreia. A estreia serviu para perder dois pontos, serviu para ver um árbitro português em acção, serviu para perceber que muito do ensaiado não foi estreado. Serviu para acordar o cepticismo dos adeptos e deseja-se que tenha servido como um alerta bem claro, óbvio e sonoro de que algo está a correr mal, apesar de serem dadas todas as condições para que corra bem."
Pedro F. Ferreira, in O Benfica
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