"A passada semana foi marcante para dois atletas de diferentes modalidades. Falo de Pepe e de Nélson Évora. Por diferentes razões.
Pepe - brasileiro da selecção portuguesa - é, indubitavelmente, um jogador acima da média. Mas percebe-se que é também um jogador estruturalmente agressivo que faz do corpo uma arma de arremesso. Não prestigia a profissão pela qual é pago a preço de ouro.
Quem não se lembra da barbárie nas costas de um jogador do Getafe há dois anos? A desculpa esfarrapada (ele que, sem vergonha, disse sempre ter respeitado os colegas de profissão!) sobre a pisadela impiedosa sobre um genial e educado Messi, negando o que as imagens evidenciam, é o II Acto de uma peça cujo III e último Acto deveria ser o seu profiláctico afastamento temporário. Curiosamente foi Pepe que, minutos antes, caiu fulminado simulando uma agressão por um jogador do Barcelona.
Pepe é dos jogadores mais violentos e fingidos que não merece estar num clube de referência como o Real Madrid. Nem na selecção, onde não é exemplo para ninguém. Para mim, e em função do uso excessivo do pé, passou a ser o Pépé! Uma má moeda.
Nélson Évora, ao contrário, é um atleta completo e de eleição. Campeão olímpico, desportista exemplar, homem generoso. O azar que o atingiu irá impedi-lo de defender em Londres o título olímpico. Imagino a dor que sente (que sentimos), mas anima-me o sorriso esperançoso que sempre transporta nos momentos mais difíceis.
Nélson Évora dignifica o desporto. E encoraja os mais jovens a seguir o seu percurso. Nélson Évora é uma luz no meio das sombras. Uma boa moeda."
Bagão Félix, in A Bola
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