"Hoje quero partilhar convosco a história do Jorge Correia, ex-jogador profissional, ex-treinador e agora... árbitro de futebol.
Em maio passado, o Jorge perguntou-me o que tinha que fazer para poder frequentar o curso de arbitragem, depois de seduzido pela (excelente) iniciativa do Conselho de Arbitragem e Sindicato dos Jogadores, amplamente divulgada na altura.
Daí a ter concretizado a intenção, foi um saltinho.
A primeira ação formativa (Nível - 0) ocorreu em agosto e contou com a participação de dezanove jogadores e/ou ex-jogadores que, sem limite de idade, aderiram à ideia.
A arbitragem é, sem dúvida, uma forma alternativa de estar no futebol, tornando possível a participação (e continuidade) no espectáculo de todos aqueles que tenham vontade de abraçar esse desafio.
No caso do Jorge, foi precisamente a paixão pelo futebol - e também o facto de querer ser um exemplo para os seus ex-colegas de profissão - que o fez avançar sem medos.
O antigo jogador madeirense, que atuou na formação do CS Marítimo, no CD Nacional (II Liga) e no São Vicente, Câmara de Lobos, Machico, Ponta do Sol, entre outros, entendeu que este era o passo que faltava dar numa carreira recheada de momentos inesquecíveis e que até contempla experiência como treinador em escalões de formação em alguns emblemas regionais (Nacional, União da Madeira, etc).
O Jorge Correia, que tem vasta experiente enquanto jogador de futebol amador e profissional (e também como técnico), está agora na fase inicial de uma carreira que teve sempre muito perto de si, mas que nunca pensou servir desta forma.
Palavras suas: “Cada jogo que tenho feito é como uma final da Liga dos Campeões, para que o futebol seja mais bonito e todos estejam contentes com a equipa da arbitragem” .
Mesmo num escalão inicial e ainda a começar o seu percurso (nesta fase, muito preenchido na função de árbitro assistente, em jogos de jovens atletas), o ex-jogador diz-se feliz e realizado por ter encontrado uma nova motivação para fazer parte ativa do jogo que tanto gosta.
O seu exemplo pode e deve ser seguido por outros ex-jogadores, mas também por aqueles que, em final de carreira ou a dar os primeiros passos, sintam que o seu futuro no futebol pode não ter ser aquele que em tempos idealizaram.
Do lado de cá, o setor da arbitragem agradece, obviamente.
A possibilidade de poder contar com pessoas experientes, que jogaram futebol e viveram o jogo de dentro para fora, é uma mais-valia tremenda para o aumento qualitativo dos seus quadros.
Nesta área, o saber técnico e teórico é importante mas, só por si, não chega. É preciso conhecer as dinâmicas internas do jogo, sentir o pulso aos jogadores, perceber o contexto em que se está inserido e aplicar as regras com sensatez, diplomacia e inteligência emocional. Nessa matéria, ex-treinadores e jogadores são a cereja no topo do bolo.
Por isso, fica de novo o desafio:
- Se tem mais de 14 anos e quer fazer parte do jogo, de um modo distinto e positivo, inscreva-se! Tire o curso de árbitro de futebol ou futsal.
Contacte a Associação de Futebol do seu distrito de residência, saiba quando arrancam as próximas formações e venha perceber o que é estar deste lado.
E aos pais mais receosos, àqueles que temem pela opção arrojada das suas filhas/os, uma garantia:
- Não conheço nenhum jovem árbitro que tenha seguido maus caminhos (alcoolismo, criminalidade, toxicodependência, etc) depois de iniciar esta viagem. A arbitragem é, de facto, uma escola de valores, porque incute-lhes responsabilidade, compromisso, espírito de equipa, resiliência, dedicação e claro, uma vontade enorme de quererem aplicar justiça.
Em idade de influências e com tantas seduções perversas já ali, ao virar da esquina, é uma excelente alternativa.
Fica o repto."
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