"O Famalicão confirmou ontem, na Luz, para a Taça de Portugal, tudo o que de bom tem feito no campeonato. E se a equipa de João Pedro Sousa tivesse abandonado o anfiteatro encarnado com um empate, ninguém colocaria, por certo, a justiça desse desfecho em causa. Ou seja, o Benfica vai ter de suar as estopinhas para garantir uma presença no Jamor no próximo dia 24 de Maio.
Mas, detenhamo-nos um pouco mais nesta belíssima surpresa que tem sido o conjunto famalicense, uma equipa bem orientada e muito organizada, que possui excelentes executantes, muito deles ainda jovens, que se bate pelos lugares cimeiros do nosso futebol. Com uma SAD privada, formada por investidores que conhecem o negócio do desporto e se movimentam bem em vários tabuleiros internacionais, o actual Famalicão é um mosaico de jogadores de origens dispersas, em muitos casos com vínculos precários ao clube minhoto. De alguma forma, este Famalicão é comparável ao Estoril ou ao Portimonense de há alguns anos, quando receberam novos investidores, que procuraram afirmar-se pela vertente desportiva. Porém, quando o negócio falou mais alto, gerando proventos para os accionistas que não cuidaram de manter a qualidade dos plantéis, as equipas desfizeram-se e o declínio foi evidente: o Estoril mora na Liga 2 e o Portimonense está abaixo da linha de água no principal campeonato.
Este é, pois, o desafio que se coloca ao Famalicão: como fazer evoluir este magnífico projecto desportivo que nos tem deixado de água na boca em 2019/2020? Que Famalicão teremos na próxima época, com que jogadores e a olhar para que objectivos?"
José Manuel Delgado, in A Bola
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