"Último jogo da Liga dos Campeões para os campeões nacionais de Portugal e da Rússia e muito estava em disputa neste Grupo G – para todas as equipas. O SL Benfica tinha mais do que obrigação para vencer para ainda sonhar jogar na Europa neste ano e o FC Zenit queria estar na próxima fase da Liga Milionária. Um grande jogo em perspectiva e onde os dois clubes tinham de estar sempre de olho no que ia acontecendo em França, entre o Olympique Lyon e o RB Leipzig.
Antes do jogo, foi respeitado um minuto de silêncio em memória a Rogério Pipi, antigo jogador dos encarnados na década de 40 e 50. Durante um minuto não se ouviu nada excepto o barulho no exterior do estádio (arrepiante).
Aos nove minutos, houve motivos de destacar, mas em Lyon – jogo que interfere directamente no do Benfica. O Leipzig marcou por Forsberg de penalti, porém, nada se sentiu no Estádio da Luz ora fosse nas bancadas ora fosse em pleno campo. As duas equipas estavam a estudar-se mutuamente e não saía nada deste jogo – por enquanto.
O desespero encarnado era notório e jogava-se mais com o coração do que com a cabeça. O Zenit estava muito bem em termos defensivos e sabia, de forma muito pragmática, sair da primeira linha de pressão do Benfica. O jogo estava a ser muito jogado a meio campo e longe das balizas de Kerzhakov e Vlachodimos, que eram ambos meros esperadores.
Não acontecia golos em Portugal, mas muito ia acontecendo em França – aqui bem perto. O Leipzig voltava a marcar e desta vez por intermédio de Timo Werner, novamente de penalti. Contudo, isto pouco ou nada contava para o Benfica visto que precisava de marcar um golo caso contrário estaria fora das competições europeias.
O intervalo ia chegando na partida entre portugueses e russos com um nulo no marcador. Faltava perigo junto das balizas das duas equipas e também golos – e tão bom que era um golo dos encarnados para virar as contas do grupo. Podia ser que a paragem no jogo pudesse ser benéfica para os comandados de Bruno Lage.
O Benfica entrou a todo o gás para a segunda-parte. É certo que o resultado em França pode ter tido algum impacto nos encarnados, visto que só lhes restava cumprir a sua parte: marcar. Depois de uma excelente jogada começada por Vinícius, Pizzi faz um cruzamento para a pequena área e eis que surge o golo tão ansiado pelos adeptos benfiquistas. Franco Cervi marcou aos 47′ e estava feito o prenúncio para a continuação do Benfica na caminhada europeia.
Para os lados franceses, o Lyon encurtava a vantagem aos 50 minutos, mas em Lisboa gritou-se golo uns minutos depois. Depois de Douglas Santos tocar com a mão na bola, o Benfica ficou a jogar com mais um. Havia sido assinalada uma grande penalidade que aos 58 foi convertida pelo capitão, Pizzi. Já lá vão 16 golos para o número 21 dos encarnados que arrecadou o melhor registo de sempre da carreira.
Aos 64 minutos, valeu Osório ao Zenit num corte fulcral que impediu o 3-0. Depois de uma grande jogada entre Pizzi e Vinícius, o número quatro travou as intenções dos encarnados num instante de grande aflição para os defesas do Zenit.
A grande entrada do Benfica na segunda parte dava algum balão de oxigénio à equipa de Lage. Os resultados quer em Portugal quer em França estavam a favor dos portugueses e isso só deu mais confiança ainda para o Benfica se impor no jogo. As águias estavam a pressionar alto e à procura do segundo golo para que não houvesse desculpas.
Aos 75 minutos, Vinicius, muito interventivo durante o jogo, pica a bola dentro da área e abre espaço para Grimaldo e Pizzi tentarem o golo. Valeu ao FC Zenit Kerzhakov que, com os punhos, socou a bola para fora de perigo. O Zenit respondeu aos 77 minutos depois de um canto em que Azmoun remata de primeira. Vlachodimos, apesar de não ter sido obrigado a intervir muitas vezes, responde com uma grande defesa.
O número sete do Zenit foi capaz do melhor e do pior. Depois de um canto batido por Grimaldo, um grande erro de Azmoun melhora ainda mais as contas para a equipa de Lage. Passado três minutos Azmoun marcou, sim, mas não na baliza certa…
As coisas não podiam estar melhores para o Benfica. Por outro lado, não podia mesmo haver outro cenário pior para os russos. Isto porque houve golo do Lyon em França que complicava, e muito, as contas do FC Zenit na Europa.
O SL Benfica garante um lugar na Liga Europa, assim, com esta vitória que não espelha as suas últimas, com uma exibição convincente de uma equipa que, agora sim, parece querer começar a construir um “Benfica Europeu”. A chave do jogo? Foi claramente a competência dos jogadores encarnados na entrada para a segunda parte.
Onzes Iniciais e Substituições:
SL Benfica – Vlachodimos (GR), Grimaldo, Rúben Dias, Ferro, Tomás Tavares, Gabriel (Samaris, 81′) Taarabt, Cervi (Seferovic, 81′) e Pizzi, Chiquinho e Carlos Vinicius (Caio 89′)
FC Zenit – Kerzhakov (GR), Osorio, Ivanovic, Douglas Santos, Barrios, Erokhin, Ozdoev (Smolnikov, 60′), Shatov (Mak 89′), Karavaev, Azmoun e Dzyuba
A Figura
Entrada encarnada na segunda parte – Se se disse que o intervalo poderia fazer bem aos encarnados… Bem, tivemos a resposta muito cedo: fez mesmo! Um grande início de segunda parte foi importante para começar a vencer e ficar à vontade na partida. O golo de Cervi logo aos 47 minutos foi importante para o desenrolar da partida e para o desfecho da mesma.
O Fora de Jogo
Douglas Santos – O jogo dos actuais campeões russos não foi dos melhores esta época, mas vimo-nos obrigados a entregar o título de pior em campo ao número três do Zenit. A sua expulsão e também o penalti que provocou foram as piores coisas que podiam acontecer na partida. Foram dois erros fatais que prejudicaram gravemente a sua equipa ao sair eliminada das competições europeias.
BnR na Conferência de Imprensa
SL Benfica
Bruno Lage: «declarações mais importantes»
«Demos algumas indicações e realçar os aspectos positivos para entrar bem na segunda parte. Tentámos corrigir o posicionamento dos nosso laterais para que não fossem para a profundidade tão cedo. A partir do primeiro golo, ficámos muito mais tranquilos na partida».
«Não fizemos gestão de ninguém. Usámos o mesmo critério em todas as situações. Tomei sempre as melhores opções a cada momento. Este onze jogou pela primeira vez na Alemanha e depois fizemos algumas alterações. Qual é a diferença? É termos ganho. Não podemos trazer emoções negativas para as competições, temos de trazer o nosso emblema e fazer de cada jogo aquilo que fizemos hoje: lutar para vencer».
«O objectivo tem de ser ter uma mentalidade forte e competitiva. Mas é preciso pensar jogo a jogo e preparar o próximo jogo contra o FC Famalicão, que é a equipa sensação do campeonato».
«[Em resposta ao facto de ter sido o principal culpado de o Benfica não passar na Champions] Serei sempre o rosto do insucesso quando algo corre mal».
FC Zenit
Sergi Semak: «declarações mais importantes»
«Durante a primeira parte tivemos um grande jogo. Na segunda parte com o golo sofrido e também a expulsão tornou-se num jogo difícil para nós. O resultado mais importante era o nosso jogo e não era tão importante aquele que estava a ser jogado em Lyon».
«Em termos de exibição do Erokhin não foi dos piores jogadores e não vamos considerar uma má exibição de um jogador, mas sim temos de olhar para este resultado como algo mau do colectivo».
«Podemos considerar que tivemos culpa, porque não aguentámos a parte emocional no jogo e o facto de sofrermos muitos golos foi fundamental para esta derrota e, consequente, eliminação».
«O resultado não podemos considerar uma catástrofe e isto é Liga dos Campeões todos os jogos são difíceis e sabíamos aquilo que íamos enfrentar nesta competição».
«Claro que as posições são importantes e os jogadores têm de fazer as suas posições e fizemos muitos erros por estes não terem estado nas respectivas posições»."
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