"Ora pensem lá se a justiça desportiva em Portugal não é uma coisa muito esquisita. É que umas vezes dá-lhe para um lado e outras vezes dá-lhe para o outro. Para o outro lado, obviamente. Por exemplo, ainda esta semana foi comprovado pelas vias oficiais que o preço da tocha nunca é o mesmo de ano para ano. De acordo com o mapa de castigos do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol foi o Sporting multado em 15 mil euros pelo lançamento de tochas da bancada para o relvado por ocasião do jogo com o Vitória de Guimarães em Alvalade no fim do mês passado. O próprio Sporting, e muito bem, veio logo a público condenar o lançamento de "uma tocha" na direcção do seu guarda-redes Renan e o uso de "fumos" no sector A16.
No capítulo das coisas esquisitas da nossa justiça desportiva, este é um caso em que se pode constatar como, de um ano para o outro, o preço da tocha aumentou imenso para os conselheiros da disciplina da FPF. As tochas, no plural, que caíram sobre o guarda-redes Rui Patrício numa tarde de Maio de 2018, atrasando o início de um derby, valeram ao Sporting uma multa de 3.825 euros que, comparada com esta multa de 15 mil euros pela tocha, no singular, que tombou na área de Renan e mais uns fumitos, é a prova provada da suprema inflação da evidência da tocha no quadro disciplinar do futebol português. Se, por defeito, apontarmos para 50 tochas caídas sobre Rui Patrício em 2018 ficou cada tocha a 76 euros, uma multa-pechincha, convenhamos.
A quanto é que está a tocha este ano? – é, portanto, o que os clubes devem perguntar ao Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol a cada início de temporada. É que não faz sentido que uma chuvada torrencial de artefactos flamejantes sobre o guarda-redes da selecção nacional valha menos 11.175 euros, em termos de coima, do que uma tocha sobre o Renan que até é um rapaz bastante simpático o que nem vem para o caso. Por este caminho, não há jurisprudência que se aguente e isso, isso é que é mesmo um grande problema.
A nossa selecção não joga sempre como jogou anteontem contra a Lituânia porque a nossa selecção não joga sempre contra a Lituânia. Tão simples.
A Federação Inglesa de Futebol suspendeu Bernardo Silva por um jogo e multou-o em 58 mil euros. Está resolvido o caso Conguito que, falando a sério, nunca foi caso nenhum. A Federação Inglesa de Futebol, se calhar, até está convencida de que está a combater o racismo ao punir desta forma o jogador internacional português. Mas não está. Uns, em defesa do "establishment" classificarão de "politicamente correta" a decisão da Federação Inglesa de Futebol. Mas nem sequer é isso, seja lá o que isso for. Mais do que estúpida a decisão da Federação Inglesa de Futebol é que é, por absurdo, a descambar para o vagamente racista. Ou não será? Ora pensem lá."
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