"Ponto prévio: é óbvio que nem Bruno Lage, nem eu, nem o caro leitor, estamos satisfeitos com o desempenho europeu da nossa equipa. Importa também lembrar que nada está definitivamente perdido, pois mesmo não dependendo de si próprio, caso ganhe os dois jogos que faltam (o que não é fácil, mas, também não é impossível), o Benfica ainda terá boas hipóteses de se qualificar para os oitavos-de-final. Dito isto, é importante perceber por que motivo uma equipa tão dominadora, e por vezes até empolgante a nível interno, sente tamanhas dificuldades fora de fronteiras. Há que sublinhar, desde logo, a falta de competitividade do campeonato português, onde Benfica e FC Porto ganham sempre, discutindo a maioria dos títulos no confronto directo entre ambos.
Depois há limitações financeiras óbvias, e não estarei enganado se afirmar que o orçamento do Benfica é, de longe, o mais baixo do seu grupo.
Mas há também toda uma matriz cultural alicerçada na história, que empurra a nossa equipa para uma abordagem demasiado ofensiva em todos os campos, quando por vezes é exigível maior dose de calculismo. Dito de outro modo, é preciso assumirmos que, sendo um clube grande, o Benfica é hoje em dia, por vicissitudes várias, uma equipa pequena à escala da Liga dos Campeões, para quem, digamos, um empate não é despiciendo.
Na Champions estão os melhores, e jogam nos limites - o que nem sempre é verdade, por exemplo, na Liga Europa. E se nas provas domésticas a melhor defesa é um ataque demolidor, na maior competição de clubes do mundo a equação investe-se: há que defender bem, não cometer erros e ser eficaz."
Luís Fialho, in O Benfica
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