"Paragem para as selecções tem de servir obrigatoriamente para melhorar o rendimento do Benfica
O Benfica não jogou bem nos Açores, a vitória muito saborosa pode até saber a injustiça na perspectiva dos açorianos, mas vi outro jogo diferente do da crítica. Todas as analises ao jogo mostram um Benfica confrangedor na primeira parte e um Benfica demolidor na segunda. Não concordo nem no todo nem na parte. Na primeira parte, houve alguma falta de acerto, falhámos demasiados passes, a circulação de bola foi lenta, não foi fácil encontrar espaços e o Santa Clara marcou numa das únicas duas vezes que foi à nossa baliza. Na segunda parte, com a troca de Tino por Vinícius, o jogo partiu e o Benfica, criando mais hipóteses de golo, deu também ao Santa Clara muito mais espaço. Ainda não estava feito o 1-1 e os açorianos já tinham tido dois ataques perigosos. O 2-1 nasce no pior momento do Benfica, num erro individual do Santa Clara e, mesmo depois de estar a vencer ao minuto 92, todos os deuses ajudaram quem não vestia de encarnado.
Foi uma vitória muito importante, num grande jogo de Pizzi e Vlachodimos, antes de uma paragem que tem obrigatoriamente de servir para melhorar o rendimento do Benfica. Vamos melhorar e vamos continuar a ganhar. Chegamos em todas as frentes nesta fase da época e acredito estar melhor dentro em breve.
Bruno Lage já abordou o regresso após a paragem das selecções. Quatro jogos, quatro competições e quatro objectivos intactos são as quatro partes duma mesma época. Vizela, RB Leipzig, Marítimo e Covilhã são Taça de Portugal, Liga dos Campeões, Campeonato e Taça da Liga. Não há prioridades, tudo é importante porque somos o Benfica e só a(s) vitórias(s) interessa(m).
Bruno Lage foi esta semana brindado com mais um sucesso estatístico, o melhor início de Liga dos últimos 36 anos, mas a serenidade inteligente do treinador faz com que ele, e nós, prefira uma coisa mais habitual e já conseguida por 37 vezes no Benfica.
Esta semana fica na história com a vergonhosa condenação de Bernardo Silva por um suposto acto racista. Estes polícias de costumes, estes ignorantes atrevidos e imbecis ao confundir uma graça entre amigos com uma acto deplorável, ao misturar o que não pode ser confundido, fazem pior ao futebol que os marginais das claques que insultam vandalizam e radicalizam no discurso e na actividade. A estes pedia-se muito mais.
Uma abraço, Bernardo porque o mundo não é essa gentinha e tu nunca serás confundido."
Sílvio Cervan, in A Bola
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