"O castigo imposto pela federação inglesa de futebol a Bernardo Silva - um jogo de suspensão, 50 mil libras de multa e presença numa acção educacional individual - representa um rude golpe na luta contra o racismo, porque abre a porta a um fundamentalismo que inevitavelmente concorrerá para a descredibilização de tão nobre demanda. Os tempos andam perigosos e a ditadura do politicamente correcto faz-se sentir nas mais variadas áreas da sociedade, elevando a hipocrisia à categoria de arte, praticada por quem se preocupa apenas com a forma e não com a substância. E, quanto à substância, neste caso de Bernardo Silva, não há quaisquer dúvidas e até a comissão que avaliou a situação concluiu que o tweet do jogador português «não tinha intenção de ser racista ou ofensivo, em nenhuma forma». Então, se não houve intenção racista, muito menos o destinatário do tweet se sentiu ofendido, estamos a falar de quê?
O futebol, de há vários anos a esta parte, tem sido um instrumento eficaz na luta contra a discriminação, seja de raça, de religião, de género ou de opção sexual. As acções, de enorme visibilidade e grande eficácia, começaram no consulado de Blatter (que entre, muitas tropelias também fez coisas dignas de reconhecimento...) e mantiveram-se como bandeira do desporto mais popular do mundo. Mas o futebol, em nome desse tremendo crédito que somou, deve precaver-se contra as investidas radicais, que nunca acabam bem. O que foi conseguido não pode ser desconsiderado pelo medo, que tolhe muitos decisores, de irem contra a horda hipócrita que vive do politicamente correcto."
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