"O Benfica está, agora, depois da nervosa vitória em Vila do Conde, a um pequeno ponto do título de campeão. Há alguns meses, esta situação era uma improbabilidade, uma hipótese matemática, um sonho de uma noite de verão para Lage e para Vieira. Hoje, pode dizer-se que é, em primeiro lugar, uma questão de indiscutível mérito do jovem treinador do Benfica, que tem feito, no campeonato, um percurso quase perfeito, com uma coerência e uma consistência que não pode deixar de surpreender pela sua juventude; em segundo lugar, será inevitável dizer que houve demérito do FC Porto que perdeu, pelo caminho, sete pontos de avanço, apesar de todos os ventos terem soprado a favor da revalidação do seu título.
É natural que o FC Porto tente, agora, encontrar razões diversas e dispersas, mas seria importante, pelo menos internamente, discutir e analisar como foi possível ter tido o bicampeonato na mão e tê-lo deixado escorregar desta maneira.
Falta ainda uma jornada, é certo. O título será mesmo disputado até à última gota, mas é factual dizer-se que só um catacalismo poderia levar o Benfica a uma derrota, no último jogo, na Luz, com o Santa Clara. Para não falarmos da previsível dificuldade que o FC Porto ainda terá de enfrentar no clássico com o Sporting.
Já se viu de tudo em futebol, é certo. Neste jogo fantástico, nunca nada é previamente adquirido. No entanto, as hipóteses de êxito do Benfica andarão, hoje, acima dos noventa e cinco por cento. E o que é impressionante é que as portas do paraíso apareçam depois de uma segunda volta que mais se parecia com a estrada da morte..."
Vítor Serpa, in A Bola
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!