"André Almeida joga à Benfica como nenhum e merece tudo aquilo que a braçadeira de capitão representa
O jogo contra o Portimonense era, como ficou demonstrado, dos mais difíceis que tínhamos pela frente. O facto de haver muito Portomão nesta ligação, o facto de ter sido a última derrota do Benfica (motivou a mudança de treinador) e a qualidade do adversário quando joga assim motivado e concentrado eram ingredientes bastantes para a dificuldade elevada. Se a isso somarmos alguma inexperiência de vários jogadores do Benfica (pela primeira vez nestas andanças) e uma ansiedade de chegar ao objectivo, então temos o caldo de cultura vivido sábado na Luz. Quem olhar para os 5-1, não vê as muitas dificuldades por que passou o Benfica.
Em certo sentido fomos até beneficiados pelo excesso de vontade dos algarvios que tirou clarividência aos seus finalizadores. Na crítica ao jogo faltou um merecido elogio ao nosso capitão André Almeida, mesmo quando os outros tremeram o capitão empurrou, mesmo nos minutos mais difíceis André Almeida foi o exemplo de entrega e vontade. Dentro daquele rectângulo foi um farol, um líder a defender, a atacar e a dobrar os colegas. Pode não ter a magia de Jonas, a criatividade de Félix ou a qualidade de passe do Pizzi, mas André Almeida joga à Benfica como nenhum e merece tudo aquilo que aquela braçadeira representa. Porque não há campeões sem jogadores com alma e porque também é com alma que lá se chega o meu elogio ao jogo do André até porque também foram nossas as lágrimas que lhe caíram no fim.
Ganhámos por números óptimos e somámos com uma vitória fantástica, reduzindo para 180 intermináveis minutos o nosso caderno de encargos. Vamos a Vila do Conde como queríamos, a depender de nós, das nossas capacidades e do nosso valor. Estamos a quatro golos dos 100, a quatro pontos do sonho. Tão perto e tão longe.
Esta semana voltou a demonstrar-se que quem acredita está mais perto de conseguir. Em Anfield acredita-se de uma forma única. O Barcelona de Messi foi para onde merecia e o Liverpool de Klopp (mesmo sem Salah, Firmino e Keita) vai para Madrid, onde está com inteira justiça.
Ver a Liga dos Campeões, a Liga Europa e achar que se discute o Brexit faz-me lembrar aquela velha manchete inglesa do pós-guerra. «Mau tempo no canal o continente está isolado.»"
Sílvio Cervan, in A Bola
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