"Nestas ocasiões decisiva, neste momento crucial, de tudo, do que nós precisamos mais é de absoluta serenidade de espírito. Todas as nossas forças próprias devem ser dirigidas para um soberano controlo nos exercícios de acção e reacção que, a qualquer momento e nas situações mais inesperadas do nosso dia a dia, podemos ser chamados a tomar. De tal forma que, no minuto em que se iniciar o desafio de domingo, em Vila do Conde, essa indizível corrente de energias positivas assim acumuladas na intimidade de cada benfiquista possa chegar, como uma formidável soma de forças mágicas, aos nossos primeiros destinatários: os onze bravos que, revestidos do mais nobre mandato de competências e determinação, têm a elevada missão de nos representar a todos numa circunstância muito especial para o Benfica e porventura ainda mais determinante para as suas próprias carreiras profissionais.
Apesar de todos nos lembrarmos muito bem (e eles próprios mais ainda!) da tranquila afirmação de Bruno Lage, em 3 de Março, a falar no fim de uma inesquecível vitória na cidade do Porto, nunca será demais recordar o que ele então disse, com a maior paz e uma segurança inabalável: 'O que é que muda?!... Está tudo igual! Com a diferença de dois pontos... Isto é jogo a jogo. E nós só podemos jogar um jogo de cada vez'.
Dois meses e oito jornadas depois, a verdade, a única verdade que nos pode interessar - que é ganhar cada jogo qe ainda temos de jogar - permanece inteiramente real e exactamente a mesma que Bruno Lage tão sensatamente expressou naquela altura. A própria situação, que os sortilégios do futebol, entretanto, haviam revertido e voltando a confirmar, hoje, mantém-se exactamente a mesma: 'Está tudo igual!:..'
O que, em todo o caso, é impressionante é o nível a que o universo do Benfica compreendeu, absorveu e assimilou a profunda mensagem do nosso querido treinador: ninguém vê, por aí, sem ser nos estádios em que o Benfica joga, nos convívios, nos empregos, ou mesmo na vida familiar, nenhum benfiquista fora de propósitos. Estamos conscientes das dificuldades; sabemos que qualquer falta de atenção, toda ou a mais breve minudência, podem, de repente, gerar uma solução desfavorável. Mas sentimo-nos confiantes; seguros das nossas próprias capacidades e das inacreditáveis valências que os rapazes, mesmo em ocasiões desfavoráveis, subitamente costumam libertar para resolver um jogo... Isso, essa confiança deles em si mesmos, também nos transformou a nós. E deixa-nos felizes! Hoje, cada benfiquista sente-se infinitamente orgulhoso da nossa equipa de elite. Manter a tensão interior e deixar crescer em nós a expectativa e a ansiedade dos outros, que, afinal, fazem de nós e dos nossos, cada vez e a cada jogo, mais fortes.
Por isso, agora sinto profundamente ser impossível que o fluído daquela serena confiança, que a pouco e pouco, jogo a jogo, nos foi chegando de Bruno Lage e da equipa, não lhes volte agora milhões de vezes multiplicando e avassalador, nos momentos mais importantes de cada jogo decisivo, para que eles continuem a ganhar por nós. Até ao fim."
José Nuno Martins, in O Benfica
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