"Hoje, é a vez do Benfica. Não sou bruxo, nem sequer adivinho, mas sei que apesar de todas as afirmações politicamente correctas dos treinadores, quando dizem que todos os jogos são importantes, que todos são para ganhar e que o jogo mais decisivo é sempre o próximo, a verdade é que existe uma hierarquia de importância, uma lista de prioridades, mesmo que não esteja escrita, mesmo que seja, apenas, uma referência mental.
Para Benfica e FC Porto, o que importa, mesmo, é o campeonato, até porque todos sabemos bem qual é o verdadeiro sonho dos adeptos dos maiores clubes portugueses. Há que manter as aparências de segurança e serenidade, mas é evidente que tanto Bruno Lage como Sérgio Conceição vivem, de forma muito intensa, a angústia desta recta final. Podem não se envolver - e ainda bem - na guerra dos discursos obscenos que têm autores vários, mas responsabilidades únicas e, aliás, muito precisas; podem não deixar transparecer o desejo obsessivo de chegar ao título de campeão. Porém, a Europa, neste momento de desgaste físico e psicológico dos jogadores, mesmo não podendo ser considerada um empecilho, é um estorvo, tanto mais que, de certa forma, o caminho está feito e as expectativas de uma eventual chegada à final das competições europeias e uma vitória na Champions (FC Porto) ou Liga Europa (Benfica) deve ser assumida como do domínio das utopias.
Depois de Anfield, o FC Porto, apesar de digno, terá quase nenhumas esperanças europeias. Vejamos o que sucede, esta noite, na luz e vejamos se Bruno Lage evita ou confirma a tentação de uma estratégica rotatividade."
Vítor Serpa, in A Bola
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