"A formação é um tema especialmente querido a Luís Filipe Vieira. Ainda esta semana, no discurso de abertura de mais um ano no Seixal, o presidente dos encarnados voltou a referir o sonho de ser campeão europeu com jogadores formados pelo clube. Uma meta que, de alguma forma, desafia a lógica que o recente histórico da Champions tem mostrado: entre os finalistas dos últimos 10 anos, não se encontra nenhuma equipa que não tenha vertido milhões para cima do plantel (o Barcelona, já em 2008/09, talvez tenha sido a mais poupada, mas tinha no onze da final Henry, Eto'o, Yaya Touré e Sylvinho).
Quer isto dizer que o sonho de Vieira é impossível? Pouca coisa no futebol é impossível, mas será preciso uma combinação rara de factores. Primeiro, que o Benfica consiga juntar, sem o perder (o maior desafio...), talento suficiente num prazo de três a quatro anos que lhe permita construir uma equipa capaz de ombrear com as melhores da Europa. Depois, será preciso um ano atípico, em que os clubes mais ricos passem por dificuldades. Por fim, alguma ponta de sorte, essencial em competições que se decidem em detalhes.
A nova 'geopolítica' do futebol europeu deixou Portugal, e os seus clubes, cada vez mais longe da sonhada 'orelhuda'. Os principais clubes europeus têm receitas que são o quádruplo das do Benfica, o clube português que mais se aproxima dessa realidade. Criar jogadores como Rúben Dias, Gedson ou João Félix custa largos anos; para um qualquer Manchester City custa apenas alguns minutos e muitos milhões."
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