"O futebol exige hoje um aprofundado nível de preparação e conhecimento em diferentes áreas, por parte das equipas técnicas e restante staff, que são componentes essenciais para se tirar o máximo rendimento desportivo. O fenómeno é mais complexo do que olhar apenas para as dimensões da técnica (habilidades dos jogadores) e da táctica (estratégia dos treinadores). Da medicina ao estudo de dados, tudo se trabalha ao pormenor para que a equipa ganhe vantagens competitivas.
Nenhuma equipa consegue ter êxito se não tiver bons executantes. A qualidade é e será sempre um factor primordial na selecção das melhores equipas. Quem tiver jogadores mais habilidosos, mais rápidos, mais fortes nos duelos individuais e mais inteligentes na leitura do jogo, será sempre capaz de criar mais desequilíbrios e ficar próximo de ganhar.
Por seu lado, o papel do treinador é inquestionável. É quem orienta os jogadores com as suas ideias e princípios de jogo e quem consegue fazer com que estes elevem o seu jogo para um patamar superior. Um técnico que consiga fazer com que os seus jogadores rendam mais do que no passado, está a valorizar activos, a gerar novas soluções, futuras mais-valias e a tornar a equipa ainda mais forte. E cada vez mais, as principais equipas europeias procuram timoneiros capazes de trabalhar a matéria-prima com essa excelência.
Por exemplo, Leonardo Jardim, um especialista na detecção de talento e na lapidação de jovens futebolistas de elevado potencial, contribuiu e de que maneira para os mais de 700 milhões de euros que o Mónaco recebeu nos últimos anos em vendas de jogadores. No meio deste processo, conseguiu vencer um campeonato contra o poderoso PSG e manteve sempre o clube no topo do futebol francês, com presenças constantes na Liga dos Campeões. Podíamos também falar em Jorge Jesus e nos vários jogadores de Benfica e Sporting que ajudou a potenciar, em Sérgio Conceição e no reaproveitamento de recursos que orquestrou no ano passado no Dragão ou no olho clínico de Rui Vitória para identificar miúdos da formação com capacidade para singrar na equipa principal das águias.
Hoje em dia, a vertente emocional assume também um papel de relevo. Nenhum clube de topo descura o trabalho das condições psicológicas dos jogadores dentro e fora de campo. Assim poderão lidar melhor com as adversidades em momentos de competição, melhorando o rendimento. Trabalha-se motivação, concentração, autoconfiança e controlo emocional, entre outras competências psicológicas. O trabalho da psicologia no futebol (e no desporto em geral) é hoje uma realidade e surpreende que alguns clubes nacionais não tenham profissionais desta área nos seus quadros.
Mas há mais áreas para as quais o mundo do futebol hoje está atento: algumas delas são da parte física e fisiológica, que abrange a preparação dos jogadores nos treinos, a gestão do esforço e tempos de recuperação, a qualidade do sono e até a nutrição mais adequada. E há que considerar ainda a área de scouting, onde se inserem a avaliação de futuros talentos e a observação minuciosa dos adversários, assim como a análise de dados, desde a estatística dos jogos ao desempenho individual de cada jogador.
O trabalho desenvolvido por uma equipa deve ser rico em aprendizagem e trocas de experiências. Com os inputs de várias áreas de conhecimento, um jogador pode adicionar novas competências. É este exigente trabalho de detalhe que resulta num objectivo global comum. Quando se diz que a sorte dá muito trabalho no futebol, a explicação também passa por aqui.
O Craque – Um jogador marcante
Uma relação com cerca de 15 anos gera laços fortes. E ainda mais tratando-se de um jogador como Luisão, que se foi tornando uma figura carismática e um líder de balneário no Benfica. A carreira do central brasileiro chega agora ao fim. Foram 538 jogos (muitos deles com a braçadeira de capitão), 47 golos e 20 títulos conquistados ao serviço dos encarnados, números que estão, nos dias de hoje, ao alcance de poucos e que farão dele uma inquestionável glória da história recente do Benfica. Foi um jogador marcante nas últimas décadas do futebol português.
A Jogada – Boas impressões do Wolves
O Wolverhampton, de Nuno Espírito Santo e mais 7 jogadores portugueses, regressou à Premier League e podemos dizer que as coisas têm corrido bem. Em 6 jornadas, a equipa perdeu apenas por uma vez e conseguiu empatar com o Manchester City de Pep Guardiola e o Manchester United de José Mourinho, os dois primeiros classificados da época anterior. Testes de fogo superados que parecem confirmar a competitividade na maior liga do mundo. Ainda falta muito para se ver até onde a armada lusa do Wolves pode chegar, mas a primeira impressão é positiva.
A Dúvida – Pouco Gelson em Espanha
Depois do conturbado processo de saída do Sporting, Gelson Martins optou pelo Atlético de Madrid para dar continuidade à carreira. O internacional português considerou que as ideias de Diego Simeone potenciavam a sua forma de jogar, mas o arranque da experiência na liga espanhola está longe de ser o desejado. Somando apenas 57 minutos de utilização, resultantes de 3 vezes em que foi suplente utilizado, esta escassez de tempo de jogo começa a gerar alguma surpresa. Ainda em período de ambientação ao clube ou a exigência de Diego Simeone pede mais ao futebol do avançado?"
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