"Encarnados qualificaram-se com mérito para a fase de grupos da Liga dos Campeões.
Primeiro objectivo cumprido.
O Benfica chega à Liga dos Campeões por uma estrada com nível de dificuldade respeitável, tendo em conta historicamente a exigência que é jogar na Turquia e na Grécia.
Chega à prova milionária com a consciência de que foi superior a Fenerbahçe e PAOK – já o era em teoria –, e de forma mais evidente nos últimos dois jogos, olhando para a qualidade do jogo jogado e porque houve parte do plano com os turcos e gregos – no primeiro caso em termos exibicionais, no segundo no resultado – que não foi cumprido na Luz.
A equipa de Rui Vitória fez por qualificar-se e qualificou-se.
Era o mínimo exigido para o arranque da época, a primeira final que teria de ser ganha. Com isso, recebe o valor comparável ao de uma excelente venda no mercado de transferências, cerca de 43 milhões, e tem a perspectiva de continuar a acumular. Para que o encher dos cofres seja uma realidade já não bastará ser competente, necessitará também de alguma felicidade num sorteio que poderá ser madrasto.
A qualificação é o resultado de um maior foco no início de temporada, algo que não se verificou na anterior. Maior foco não só em campo, mas também fora dele, com a composição de um plantel bem mais equilibrado e com bem mais soluções, sem aparentes precipitações de fim de mercado.
É verdade que o ataque parece muito condicionado com a lesão de Jonas (somada à de Castillo) e o pouco ainda mostrado por Ferreyra – que não é um problema apenas individual, envolvendo também o colectivo e a filosofia de jogo da equipa –, mas apenas a estrutura encarnada terá todos os argumentos para saber se um sector ainda fragilizado ou perto de se recompor.
Rui Vitória, ao contrário de anos anteriores, também parece ter estabilizado no 4x3x3 e um onze-base. Vlachodimos tem dado garantias na baliza e poderá ainda crescer mais, em presença e influência. A defesa mantém-se da época passada, tem mais soluções no meio e poderá ter também dentro de semanas do lado direito, com a recuperação do lesionado Corchia. Gedson é, neste momento, o elemento mais fiável no meio-campo, juntando-se à amplitude defensiva de Fejsa e à criatividade de Pizzi, e há Zivkovic, Krovinovic e Gabriel à espreita. A dupla Grimaldo-Cervi promete dinâmica reincidente – tendo tido o seu maior expoente precisamente em Salónica naquele terceiro golo. Salvio continua a ter números que o tornam diferente dos demais.
O ataque, voltando atrás, será a única ponta solta, se Jonas não voltar a ser Jonas tão cedo, ou Ferreyra não o fizer esquecer.
Não há dúvida de que o foco colocou os encarnados num bom patamar no início da época, embora tenha devido a si próprio aqui e ali um ou outro resultado ou exibição. É um bom sinal no início da... maratona."
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