"Portugal, e os portugueses em geral, cresceram muito nos últimos anos. Cresceram em atitude, em consciência, em sentido civilizacional, em postura, e têm mostrado ao mundo de forma clara a nossa raça, boa vontade e responsabilidade. Costumo apontar para a Expo 98 como o marco de mudança de atitude dos portugueses. Acho que foi nessa altura que ganhámos mais consciência das nossas capacidades, algum orgulho e uma determinação que aos poucos foi crescendo, sendo hoje uma característica inata nas gerações mais novas.
Depois da Expo 98 existem mais três marcos que considero importantes nesta reafirmação da grandeza do povo português: são eles o Euro 2004, a intervenção da troika entre 2011 e 2016 e, claro está, o Euro 2016.
As razões são simples: em 2004, mesmo não vencendo, Portugal deu uma lição à Europa de organização, de rigor e, sobretudo, de união. Não tenho memória de um país tão e todo unido em torno de um objectivo, e, claro, justiça seja feita ao homem que pediu para colocarmos as bandeiras nas janelas - Luiz Felipe Scolari.
Sofremos, vibrámos e, mesmo perdendo a final com uma Grécia orgulhosa, caímos de pé e mostrámos que mesmo na derrota fomos grandes.
Depois, a intervenção da troika, tempos duros e de desespero. Não virámos a cara à luta, mostrámos o que significam as palavras solidariedade, rigor e compromisso. Por todo o país assistimos a acções de solidariedade - nas juntas de freguesia, nas câmaras municipais, nas associações foram aos milhares os portugueses que se mobilizaram para ajudar os que mais necessitavam. Muitas famílias ficaram sem emprego e muitas empresas faliram mas, aos poucos, reergueram--se e Portugal saiu de uma das piores crises da sua história mais forte e, uma vez mais, de cabeça erguida.
Por fim, o Euro 2016, um país unido por um sonho alcançado num remate do jogador mais improvável. Com humildade, muito esforço e uma monstruosa capacidade de dedicação e compromisso, Portugal calou os mais críticos e fez justiça na história do futebol, onde há muito devia já ter conquistado um título europeu ou mundial.
Infelizmente, todas estas características e virtudes que os portugueses foram ganhando ao longo destes 20 anos não atingiram todos.
Há pelo menos um que não cresceu como todos nós, que ficou pequenino, que pensa que é gigante mas não passa de um pigmeu - o mister Carlos Queiroz.
Honestamente, nunca percebi porque se lhe dava tanta importância e se lhe atribuía tanto crédito mas, como não sou especialista em matéria futebolística, nunca me preocupei muito.
Queiroz mostrou o quão rasteiro é. Mostrou porque não foi capaz de mobilizar nada nem ninguém quando assumiu o cargo de seleccionador nacional. Mostrou o que de pior há no íntimo do ser humano e, sobretudo, envergonha todos os portugueses.
O que Queiroz fez no passado dia 25 de Junho não é ser bom profissional nem defender os interesses do país que representa. Mostrou rancor, ressabiamento e uma total falta de noção da realidade.
Já os nossos jogadores espelharam todas as características que ganhámos nos últimos anos e deram a melhor resposta possível - uma total indiferença pela triste figura que fez.
Senti-me envergonhado. Muito envergonhado com a atitude de Queiroz. Mostrou que é um homem amargurado com a vida e embrenhado em provar não se sabe bem o quê a um país (segundo palavras suas) que já se esqueceu dele. Que as últimas recordações que tem dele é de falta de liderança e de uma arrogância desmedida.
Queiroz é um homem pequenino e que me envergonha como português. Queiroz não é um homem contra uma nação! É um homem só e iludido pela sua arrogância. Esta nação é grande e já esqueceu que Queiroz existe. E não deixa de ser irónico ter sido Ricardo Quaresma a mandar Queiroz para casa."
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