"Terminaram os jogos da fase de grupos. Na sua generalidade, o Mundial fica marcado por um grande equilíbrio, com os principais favoritos a acusarem algum desgaste físico numa temporada que já vai longa. Surpreendentemente, o campeão está fora da competição: uma Alemanha irreconhecível foi a principal desilusão da prova. E selecções como Brasil, Argentina, Espanha ou Portugal, entre outras, sentiram mais dificuldades do que o previsto para garantirem a presença nos oitavos-de-final.
A nossa Selecção passou por altos e baixos ao longo de 3 jogos e acabou por sofrer até ao último minuto, minuto esse em que, infelizmente, perdemos a liderança do grupo. A par dos espanhóis, tivemos a prova dentro de campo de que Irão (excelente prestação) e Marrocos (revelação que com outra sorte poderia ter ido mais longe) valiam bem mais do que muitos pensavam.
Para Portugal, o importante foi cumprir o primeiro objectivo: chegar aos ‘oitavos’. A partir daqui o ‘jogo’ passa a ser outro. As equipas vão apresentar-se mais afinadas, focadas apenas na eliminatória e tudo se resolverá em 90 ou 120 minutos. E sabemos como os portugueses têm mostrado maturidade e pragmatismo nesta fase de decisões.
Amanhã teremos pela frente o Uruguai, selecção que tem um percurso imaculado na prova, com 3 vitórias, 5 golos marcados e nenhum sofrido. Trata-se de um adversário que exige máxima cautela, comandado por um mestre do futebol mundial, o experiente Óscar Tabárez, um estudioso que valoriza a estabilidade defensiva, o controlo inteligente dos jogos e o forte aproveitamento das bolas paradas (os 5 golos surgiram assim). E além disso tem um ataque fortíssimo, imensa organização e jogadores essenciais para o trabalho operário. Os médios Matías Vecino, Rodrigo Bentacur e Lucas Torreira (grande jogo com a Rússia), todos a actuar no futebol italiano, e por isso habituados a um futebol táctico, vão dar luta ao meio-campo português. E pode estar aqui uma chave do jogo: neutralizar os homens que alimentam a dupla de ataque Suárez e Cavani.
Será uma eliminatória renhida, na qual Portugal terá de mostrar a sua melhor face para poder aspirar chegar aos quartos-de-final. A equipa portuguesa pode render mais e isso será vital para ultrapassar o próximo rival. Níveis de confiança e motivação no máximo, um jogo concentrado de todo o colectivo e um pouco de sabedoria e felicidade na hora de ter bola e gerir o jogo. São ingredientes que nos podem fazer seguir em frente."
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