"A generalidade dos adeptos do Sporting que choraram no fim da Taça de Portugal merece o que lhes aconteceu. Escolheram o seu rumo.
O Sporting perdeu a final da Taça de Portugal com o Aves, o que, diga-se, não foi surpresa. Em linguagem futebolística diz-se que não aconteceu Taça. No plantel do Aves há mais jogadores que foram campeões nacionais do que no do Sporting. No Aves os adeptos não batem nos seus jogadores com barras de ferro e tochas. No Aves os seus responsáveis vão aos jogos para apoiar. Na véspera dos grandes momentos do Aves os seus responsáveis não fazem conferências de Imprensa a arrasar as principais figuras do seu plantel, nem dão entrevistas aos jornais a insultar os seus. A generalidade daqueles adeptos que choravam no fim da final da Taça no Jamor merece o que lhes aconteceu. Nalguns casos por acção, noutros por omissão, foram os sportinguistas a escolher o seu rumo. Segundo nos informam, nos últimos tempos, por percentagens esmagadoras de apoio ao rumo seguido. Confesso que vi a final da Taça sem qualquer preferência clubística. Não é normal um benfiquista ver um Aves - Sporting e não ter preferência. No fim do jogo, até me sentia triste ao ver Jorge Jesus e Rui Patrício, embora feliz por Arango, Ponk, Quim ou Artur. Dizem-me que o Sporting é um grande rival, mas eu, com grande lamento, já não o sinto assim. Talvez tenha sido para a geração do meu pai, ou para a do meu avô, talvez haja quem, com rasgo e génio, o volte o colocar nesse patamar, mas, por agora, é apenas motivo de compaixão e lamento.
Vamos ao que interessa e o que me interessa mesmo é o futuro do meu Benfica. Futuro, desde já, rima como facto de sermos campeões nacionais de juniores. Mais que o título, justa vitória, sempre importante, pois há ali muito talento a começar por um excepcional João Félix.
Neste início de pré-época, o Benfica substituiu os rumores pelas contratações. Gosto de Yuri Ribeiro, que pode ser alternativa ao titular da posição. Fico satisfeito com Vlachodimos, que pode ajudar a minorar as Odysseas da nossa baliza. Desconheço por completo o nigeriano Eduehi. E tenho boas referências do chileno Castillo e do argentino Germán Conti. Mas isto das contratações é como os melões, só depois de abertos se tem a certeza da sua qualidade. Apoio o rumo e determinação, mas só festejo quando vir maravilhas já com o manto sagrado."
Sílvio Cervan, in A Bola
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