"Seria fantástico se os pirómanos do costume metessem uma semana de baixa e evitassem poluir o ambiente em torno do clássico...
Entramos na semana do clássico do Dragão com os três primeiros da tabela classificativa da Liga separados por apenas três pontos, o que faz com que a emoção aumente exponencialmente. Além de FC Porto e Benfica, que vão defrontar-se directamente, há que contar com o Sporting, também na corrida pelo título, a quem o resultado do embate entre dragões e águias não será indiferente.
Nos jogos disputados no último fim de semana viu-se um FC Porto com menor fulgor, enredado em dúvidas e a assinar a prestação menos bem conseguida da época; um Sporting a caminho de uma muito interessante estabilidade orgânica e com o reforço do magnífico Bryan Ruiz, que será ainda, por certo, muito útil a Jorge Jesus; e um Benfica que começou pro ganhar o jogo em dois lances de bola parada e viu as facilidades aumentarem muito quando o V. Setúbal ficou reduzido a dez elementos. Daí em diante, uma exibição moralizadora para a turma de Rui Vitória em vésperas de Dragão.
É evidente que o que espera os encarnados perto das margens do Douro não é comparável com as dificuldades que lhe chegaram do Sado. A equipa de Sérgio Conceição é sabedora do que representa este clássico e a única dúvida para os observadores externos coloca-se ao nível do desenho táctico: o FC Porto vai apostar num 4x4x2 mais ousado, ou adoptará um 4x3x3 que robusteça mais o meio-campo, quiça com Marega do lado direito?
Quanto ao Benfica, Rui Vitória não deixará de apostar na mesma equipa que iniciou a partida com os sadinos. Inclusivamente, ao lançar Bruno Varela para o jogo de ontem, deu sinais claros de que pensa utilizá-lo no Dragão onde, há um ano, pelo V. Setúbal, foi muito feliz. Assim, se não cair nenhum santo do altar, Conceição e Vitória vão jogar na próxima sexta-feira, dia da Restauração, o clássico do 4x3x3.
Falta apenas fazer votos de que, ao longo da semana, os pirómanos do costume se calem e deixem o palco aos artistas. O que tem acontecido no futebol português, a este nível, tem sido de tal forma reles e soez que não ficaria mal um pingo de decência, de urbanidade e, se não for pedir demasiado, de desportivismo. Adoro futebol, fiz a minha vida toda no futebol, mas acompanho Arrigo Sacchi: «O futebol é a coisa mais importante das coisas menos importantes».
Ás
Yannick Noah
Foi liderada pelo mítico Noah (perdeu a final do Open do Estoril em 1983 para Matts Willander) que a selecção francesa de ténis voltou a conquistar, dezasseis anos depois, a Taça Davis. As vitórias de Tsonga e Poille, nos singulares e da dupla Gasquet/Herbert, nos pares, fizeram com que a saladeira mais famosa ficasse em Lille.
Ás
Bryan Ruiz
O regresso do virtuoso internacional da Costa Rica aos relvados portugueses é uma boa notícia não só para o Sporting mas também para todos os que gostam de ver a bola tratada com carinho e saber. Um acordo recentemente assinado entre a FIFA e a FIFpro vai impedir que situações de ostracismo possam suceder.
Ás
Jonas
O avançado brasileiro integra, desde ontem, o clube de 17 futebolistas que marcaram 100 ou mais golos com a camisola do Benfica. Trata-se de um momento importante para um jogador que na presente edição da Liga em 11 jogos seguidos a marcar, um registo raro e notável. Em boa hora, para o Benfica, que o Valência o dispensou.
Onde se percebe Mo Salah através de Arrigo Sacchi
«As minhas sinceras condolências ao povo egípcio e às famílias dos mártires da mesquita El Arish»
Mohamed Salah, jogador do Liverpool
Arrigo Sacchi, autor do melhor AC Milan de sempre, disse um dia que o futebol era a coisa mais importante das coisas menos importantes. No sábado passado o egípcio Mo Salah, do Liverpool, marcou ao Chelsea e não celebrou, veio a saber-se, depois, que a omissão foi em memória das 305 vítimas de um ataque terrorista do Daesh no Sinai. Nada como não perder a perspectiva...
Peça de Museu
A lenda de Cristiano Ronaldo em Madrid ganhou um novo elemento com a inauguração de um busto, da autoria do escultor Navarro Arteaga, no museu do Real Madrid, o terceiro mais procurado da capital espanhola, atrás do Prado e do Thyssen, com um milhão de visitantes anuais, que permitem uma renda de 16 milhões de euros. Para os amantes do clássico, este novo busto funciona como um bálsamo para os sentidos, ao contrário da obra exposta no Aeroporto Cristiano Ronaldo, na Madeira, que mais parece saída de uma qualquer aventura da Marvel.
Râguebi francês de olhos em bico
Depois de uma longa série de maus resultados, o râguebi francês teve, no último sábado, em Nanterre, a cereja no topo do bolo, em forma de um empate (lisonjeiro), com o Japão. Uma grande Liga, o Top 14, que não ajuda a selecção, à imagem do que tem acontecido, no futebol, com a Premier League e os Três Leões..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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