"Jogo foi de sentido único. Pizzi e Krovinovic jogaram e fizeram jogar o Benfica com mestria.
Primeiros minutos
1. A velocidade na circulação da bola e a pressão constante e bem alta do Benfica foi determinante para chegar cedo ao golo, embora de bola parada, que assume cada vez mais importância no futebol, algo que se repetiria de seguida pelo segundo golo, apontado por Jonas. O Vitória de Setúbal, mesmo entrando no jogo a perder, tentava ter bola desde a primeira fase, com uma saída personalizada e com critério, uma vez que a pressão do Benfica era sempre alta, o que poderia levar a equipa a jogar um futebol directo. Mas nunca abdicou da sua identidade mesmo que por vezes corresse sérios riscos no seu jogo.
Exibição sadina
2. O V. Setúbal trouxe à Luz uma lição bem estudada, com futebol positivo e apoiado, mas era em ataques rápidos que criava perigo à baliza defendida por Bruno Varela, que regressou quase dois meses depois para o Campeonato. Primeiro avisou por Bonilla, depois por Gonçalo Paciência, que apareceu na cara do guardião benfiquista. Era uma arma apontada à baliza das águias, que têm sentido muitas dificuldades em controlar a profundidade defensiva ao longo desta época. Na segunda parte o V. Setúbal sentiu muitas dificuldades em ter bola fruto da inferioridade numérica e da melhor exibição da época da equipa do Benfica.
Momentos
3. O Benfica não podia ter melhores momentos do jogo para chegar aos golos, se é que eles existem, uma vez que são sempre positivos. Mas marcar cedo trouxe confiança ao seu jogo, afastando as más exibições de um passado recente. O segundo golo do intervalo trouxe bons momentos de futebol para o Benfica, com mais triangulações e com bons momentos individuais. A expulsão de Nuno Pinto acabaria por sentenciar o jogo.
Segunda parte
4. Foi uma segunda parte de sentido único uma vez que com mais um jogador o Benfica soube gerir o jogo a seu bel-prazer. Sempre que acelerava a bola os benfiquistas criavam perigo, prevendo-se uma goleada que seguramente não estaria nos planos de turma sadina. O Vitória apareceu na segunda parte com duas linhas de quatro homens, com Gonçalo Paciência sozinho na frente, mas foi abrindo espaços nos corredores laterais onde o Benfica aparecia sempre em superioridade numérica, muito devido ao facto de os seus laterais estarem sempre muito projectados. Uma palavra final para o internacional português Pizzi e para Krovinovic: jogaram e fizeram jogar o Benfica com grande mestria."
Ricardo Chéu, in A Bola
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