"Na crónica de 3.ª feira em A BOLA, Fernando Guerra abordou (bem, na minha opinião) o sempre glosado tema das expectativas perante jogadores que despontam.
Volto aqui ao assunto, como leigo incapaz de ver, num relance, o que outros extrapolam para uma carreira. Cá para mim, perante certos pormenores, vejo que dali não virá nenhum craque. Já o inverso é bem mais difícil de conter a definitividade. Uma ou duas exibições de encher o olho podem significar um futuro de ouro ou apenas a conjugação de acasos em que o futebol é fértil. Depois, há sempre os aspectos ligados à envolvência pessoal e à magnitude de exigência. Um jogador vindo de outras paragens geralmente não pega de estaca. A incógnita reside no tempo para maturar e tornar-se português. Gaitán, por exemplo, não brilhou no início do percurso e, passo e passo (ou passe a passe), mostrou ser um predestinado. E, muitos casos há, de jogadores que brilharam em clubes mais modestos, mas que chegados aos grandes se revelaram um fiasco.
Com tanto repertório comunicacional e excitação promocional, a hiperbolização de uma ocasional grande jogada logo assume foros de certificação de génio, pérola, prodígio e muitas adjectivações. Creio que isto não é bom para os potenciais craques. Uma maioria perde-se no auto-convencimento de mancheter laudatórias, ou no decurso do tempo como supremo juiz. Só uma minoria bem orientada e exigente pode chegar longe. Mas o caminho - como em tudo na vida - ou é de pedras, ou é de areia movediça. A paciência e cautela deveriam, pois, ser disciplinas obrigatórias no (de)curso do futebol."
Bagão Félix, in A Bola
PS: Recordo que ontem Fernando Guerra, defendeu que não devemos nos precipitar, nos elogios ao André Horta... avisando, que podemos estar na presença de mais um 'Licá'!!!!
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