"Acharam que a lesão e a ausência de Jonas seria adicional de motivação contra nós. Como se enganaram.
Tondela - Benfica
1. Em Tondela, uma grande vitória, num terreno difícil. Agora só faltam 33 finais, rumo ao Tetra! O Benfica mereceu ganhar, revelando uma forte capacidade de combate e de superação.
Uma boa exibição colectiva, com algumas exibições individuais. Onde se destacou André Horta, que marcou um grande golo - o da tranquilidade! Não tenho dúvidas de que irá brilhar com a camisola do seu (nosso) Benfica e que nos dará grandes alegrias.
Mas para alguns, também ele, durante meses, não terá lugar na Selecção, à semelhança do que disseram de Renato Sanches, por ser do Benfica (conhecemos o filme e sabemos como acaba).
Voltando ao jogo, a verdade é que ambas as equipas tiveram outras oportunidades de golo, embora a vitória do Benfica nunca tenha estado em causa. Até pelas oportunidades que o Tondela teve, ainda que não concretizadas, ora por falta de pontaria, ora por cortes da nossa defesa, ora, ainda, por grandes intervenções de Júlio César que, uma vez mais, fizeram a diferença e valeram pontos.
De facto, contra aquilo que alguns acham - por inveja, apenas, ou por malvadez - Júlio César continua a ser um grande guarda-redes, que dá pontos.
Na verdade - ao contrário de outros com os outros - o Tondela defrontou o Benfica com grande dignidade, encarando o jogo olhos nos olhos, sem medo, sem recorrer à estratégia mesquinha e feia (para o futebol-espectáculo) de adoptar uma postura fechada, com o habitual autocarro (ou muro, se quiserem, que não o das lamentações) na respectiva área, que tantas equipas seguem.
Foi uma equipa que demonstrou uma grande atitude em campo e que pautou o seu jogo com lógica, com querer, com ousadia e, até, com grande qualidade.
De Tondela, uma lição de humildade (do campeão!), com o aviso de que qualquer jogo lá não será fácil. Será, antes, um campo difícil de ultrapassar, com um adversário que causará grandes obstáculos!
Além disso, as próprias debilidades evidentes do relvado serão uma dificuldade acrescida, apesar de se poder reconhecer que o Estádio João Cardoso não estava tão mau quanto o esperado, durante a semana - a julgar pelas notícias trazidas a público, que reportavam a reparação do mesmo dias antes da recepção ao Benfica. No entanto, apesar de ser um relvado praticável, não está, de todo, em bom estado, pelo que, a manter-se assim, durante o inverno, criará dificuldades acrescidas a quem lá jogar nessa altura.
Contra os arautos da desgraça
2. Em Tondela, a confirmação de que, à imagem do que se viu na época passada, o Tondela foi uma equipa consistente, lutadora e muito trabalhadora, que criou inúmeras dificuldades.
O Sporting estreou-se lá, na época passada, e se não fosse um golo de penalty, no último minuto, numa jogada começada de forma irregular (até cansa falar de tanta estrelinha)... tinha empatado.
Mas o Tondela de Petir - recordemos, já agora - em 2015/16, empatou em Alvalade e foi às Antas ganhar. Assim como ao Estádio Dom Afonso Henriques e à Mata Real (onde venceu por 4-1).
De facto, o Tondela (uma das equipas que criou maiores dificuldades aos grandes e que mantém, grosso modo,a base da época passada) só poderia tentar ser um grande obstáculo ao Benfica.
Embora saibamos a mistificação em torno da primeira jornada do campeonato e o que isso significa nas contas finais de cada campeonato, porque, o que é importante não é como começa, mas como acaba.
Claro que para os outros, os profetas da desgraça alheia, o Benfica iria perder pontos em Tondela. Primeiro por ser em Tondela, depois por se tratar da primeira jornada do campeonato, e, por fim, por nos faltar Jonas, um jogador tantas vezes decisivo. Ora...as quase certezas deles deram lugar a uma vitória clara e justa do Benfica.
Achavam que a lesão de Jonas seria um adicional de motivação contra nós.
Como se enganaram.
De facto, é inegável que Jonas tem uma qualidade muito superior ao normal, o que lhe permite ser uma grande mais valia num plantel muito valioso. É, também, inegável que dentro do campo dá mais sentido posicional à equipa, tornando o jogo mais claro e com mais soluções. Para além de ser um jogador muito inteligente. No entanto, no Benfica não há jogadores insubstituíveis.
Nem titulares indiscutíveis.
Há, contudo, alguns jogadores que, pela sua qualidade, podem fazer a diferença em campo.
É o caso de Jonas!
O plantel está capacitado para qualquer situação, mesmo quando se trate de solucionar a ausência de um jogador fundamental. Por isso, Rui Vitória, na conferência de antevisão do jogo, referiu que «aqui não há dramas, há soluções».
Que diferença... lembram-se?
E a solução para Rui Vitória, no jogo frente ao Tondela, foi Gonçalo Guedes, que fez uma grande exibição, aproveitando da melhor forma a oportunidade que lhe foi dada.
Porque... as oportunidades são dadas.
Um jogo de grande entrega e de dedicação de Gonçalo Guedes, mostrando que é opção.
Moral da história, ou da jornada, neste início de campeonato sosseguem os arautos da desgraça, porque, aqui, não há dramas.
Porque todos queremos ganhar.
As expectativas para a nova época. Até ao fecho do mercado.
3. De Tondela (repita-se), o exemplo de humildade (de campeão!) e a lição da força que a convicção nos dá, para a conquista do tetra.
A convicção das bancadas - grande aliada no apoio de que delas surge, seja onde for, e em Tondela não foi excepção, com os bilhetes esgotados em uma hora - e dos que nos representam no relvado. A convicção, ainda, gravada no novo autocarro, «rumo ao tetra».
Bem sei que ainda é cedo e que as equipas estão longe da sua melhor forma. Ainda há muito para afinar e para combater, em cada jogo. Para que seja alcançada a estabilidade final. E que começará a ganhar contornos aquando do encerramento do mercado de transferências.
Até lá, muito pode acontecer.
Até aqui, ficou mais uma vez demonstrado que as novas aquisições foram cirúrgicas.
Ainda assim, independentemente do resultado do fecho do mercado, estamos preparados para o que vier.
Estamos, efectivamente, preparados para o que o mercado ditar.
Uma ou outra indefinição é própria dos grandes clubes europeus. E, sendo o Benfica um desses clubes, tem havido todo o cuidado para que sejam atenuados os reflexos dessas consequências de mercado. Com a certeza de que, se vier mais algum jogador, será uma das grandes contratações desta época. Pelo contrário, se não vier mais ninguém, os possíveis candidatos descobertos e captados pela imprensa serão irrelevantes.
Com a certeza, ainda, de que os jogadores que farão parte da constituição final deste plantel serão os melhores do mundo.
Porque, nós só queremos ganhar! Esse é o nosso objectivo, presente em todas as temporadas.
E esta época, quando a esse fim, será tão decisiva quanto as outras.
Porque aqui só as vitórias interessam. Para que, cada vez mais, possamos convencer, acreditar e liderar!
Muito melhores que os outros, cá dentro, iguais aos melhores, lá fora!
À Benfica!!!"
Rui Gomes da Silva, in A Bola
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