"Não se vislumbram quaisquer boas razões para que Jorge Jesus não continue o excelente trabalho que está a realizar no Benfica.
A época já distante de 1983/84 correspondeu ao bicampeonato do Benfica, então liderado por Sven-Goran Eriksson, que tinha Toni como adjunto. Nessa temporada, o rival dos encarnados foi o FC Porto de Pedroto e António Morais, uma equipa sólida e séria. O Benfica colocou então dois jogadores, Nené e Diamantino, na luta pela Bola de Prata, que viria a ser ganha pelo dragão Fernando Gomes. E teve o primeiro jogo do título em Guimarães, onde acabou por perder por significativos 4-1.
Volvidos 31 anos, os encarnados voltam a ostentar o estatuto de bicampeões, têm dois jogadores, Jonas e Lima, a disputar a Bola de Prata com um portista, Jackson Martinez, mas mesmo sem terem vencido, saíram de Guimarães com rumo ao Marquês de Pombal, para a festa do 34.º título nacional.
Muitos pontos de contacto entre estas duas épocas de sucesso do clube da Luz, a que se junta um outro: Tal como acontecia no início a década de 80 do século passado, o Benfica voltou a ser ganhador e dominador, não só no futebol mas também nas modalidades, sinal de que o clube recuperou organização e credibilidade. Perante este cenário poderá colocar-se a questão da mudança de ciclo. Para já, não será abusivo dizer que o ciclo ganhador do FC Porto, como conhecemos entre 1990 e 2010, acabou. Aquilo com que devemos contar, em termos competitivos, daqui para a frente, é um equilíbrio grande entre estes dois emblemas, no futebol e não só.
Para o Sporting, que está a alguma distância não só de um, mas destes dois grandes clubes, será difícil que se abra uma janela de oportunidade. Porque é pouco crível que ambos tenham, em simultâneo, o apagão que permita o ressurgimento leonino. Para equilibrar as operações com o FC Porto - a quem ganhou vantagem com estes dois títulos consecutivos - o Benfica percorreu um longo caminho. Desde que, há 15 anos, Vilarinho chegou à presidência, o caminho encarnado foi árduo, teve vários ensaios e muitas experiências, até a este momento em que, com Luís Filipe Vieira, a estabilidade foi encontrada. No aspecto desportivo seria injusto não ter uma palavra para Jorge Jesus, que cresceu como treinador e é o principal obreiro do sucesso de 2014/15. E, por isso, não se vislumbram boas razões para que não continue à frente da equipa do Benfica.
Luisão sabe muito bem do que fala...
«Desde que cheguei, as mudanças no clube foram enormes. Mérito, acima de todos, do presidente, que tornou isto possível»
Luisão, capitão do Benfica
ÁS
Luís Filipe Vieira
Depois da consolidação financeira que conseguiu e das infraestruturas de que dotou o clube, faltava ao presidente encarnado uma vertente desportiva mais sólida. Com quatro campeonatos no currículo e com um bi que tardava na Luz há 31 anos, Luís Filipe Vieira pode orgulhar-se do que fez, até agora, no Benfica.
ÁS
Jorge Jesus
Três campeonatos ganhos em seis épocas correspondem a uma média superior à que o Benfica ostenta na relação épocas/títulos, desde 1934/35. Na presente temporada, com um plantel inferior ao do FC Porto, mostrou competência e capacidade. É um treinador que já está, por mérito próprio, na história do Benfica.
DUQUE
Julen Lopetegui
Não foi capaz de ganhar e não soube perder. Desaproveitou os excelentes meios que Pinto da Costa lhe colocou à disposição. Baixou o nível do discurso e teve, na Luz, um comportamento lamentável. Veio para um país que sempre soube bem receber e aprender com os treinadores estrangeiros e não trouxe nada de positivo. Lamentável.
JONAS
Foi graças a uma série de circunstâncias aleatórias e uma vontade séria entre jogador e clube que Jonas se tornou futebolista do Benfica. Chegou rodeado de dúvidas - afinal tinha sido dispensado pelo Valência - mas Jorge Jesus nunca hesitou quanto ao seu valor e cedo lhe encontrou o melhor enquadramento na equipa, aproveitando as características de Lima. Esta dupla fez esquecer que Rodrigo e Óscar Cardozo tinham acabado de abandonar a Luz. E Jonas, em muitas fases da época, trouxe ao Benfica a nota artística que alegrou o Terceiro Anel.
A grande despedida de Gerrard de Anfield
Vestiu, durante 17 épocas, a camisola do Liverpool, na Premier League. Pela excelência do seu futebol teve inúmeros convites para se mudar para outros emblemas, em condições financeiras mais vantajosas. A tudo resistiu. Por isso, a homenagem sentida que os reds lhe prestaram no adeus, teve tanto de justa como de emocionante."
José Manuel Delgado, in A Bola
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