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quarta-feira, 10 de abril de 2013

Jesus, o mestre da gestão

"É elementar o elogio público ao Benfica de Jesus, que, nos momentos fundamentais da nossa Liga, tem sabido estar à altura dos acontecimentos: a sua equipa é organizada e disciplinada, com bom sentido estratégico e posicional, com talento colectivo e com jogadores que, nos últimos metros, são capazes de decidir as vitórias. Mérito do seu treinador e dos seus jogadores e ainda dos seus dirigentes que, numa época em que é proibido falhar o que quer que seja, têm dado uma boa resposta. É um facto que o Benfica pode ganhar as três competições em que ainda está envolvido – para já foi afastado da Taça da Liga e da Liga dos Campeões –, o que será óptimo  mas não deixa de ser também verdade que ainda nada ganhou e nada pode ganhar, o que será difícil.
Compreende-se, pois, a atitude prudente de Jesus, hoje em dia e cada vez mais o porta-voz do clube – papel que desempenha com evidentes dificuldades –, que nesta fase da época tem colocado as suas preocupações só no jogo seguinte, o que não deixa de ser uma boa solução, embora por vezes não saiba cuidar da sua narrativa e se deixe levar pelas emoções que, afinal, são tão próprias de uma personalidade, como é o caso da sua, que precisa de estar constantemente no centro do mundo. Mas desta vez com razão, reconheça-se, porque Jesus voltou a ser o que foi no seu primeiro ano no Benfica: um treinador que sabe muito de futebol e que treina como há poucos.
O Benfica corre assim imparável para o título e o que mais tem surpreendido nos seus últimos jogos é a atitude manifestada pela equipa que com a máxima disponibilidade e coragem, com uma gestão inteligente – Jesus aprendeu depressa e muito bem com os erros da última época – força o ritmo e renova a intensidade até chegar à vitória final, como se verificou, por exemplo, na última jornada em Olhão. Essa situação só vem confirmar, no fundo, esta ideia: todos querem garantir o campeonato o mais depressa possível, e todos fazem “das tripas coração” para chegarem ao Dragão com vantagem suficiente para não precisarem desse jogo para nada.
Com tudo a rolar sobre esferas, o que só prova que Jesus há um mês não tinha razão quando não privilegiou a Liga Europa – erro grave embora de pronto corrigido –, verifica-se agora que este Benfica dispõe de todas as condições, mesmo todas, para igualar a época de André Villas-Boas no FC Porto – ganhou tudo o que havia para ganhar e só falhou a Taça da Liga enquanto Benfica só não pode ganhar a Taça da Liga e a Supertaça nacional. Este facto conduz-nos a uma pergunta: o que é que mudou em apenas dois anos para esta cambalhota?!"

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