"Vale uma aposta em como Fernão Lopes, caso tivesse nascido na última centúria, seria adepto do Benfica? Os seus 'ventres ao sol', a sua 'arraia miúda', as suas crónicas deliciosas só poderiam ter o vermelho, só poderiam ter o vermelho da bola. 'Esta Lisboa prezada, mirá-la e deixá-la'. Este Benfica prezado, mirá-lo e acompanhá-lo. O Benfica com mais de um século no destino de quem ama.
O BENFICA não é a saudade aflita, é o amanhã que canta. É o cheiro a antigas primaveras, é o saibo de modernas façanhas. Com certeza febril, é a visão das futuras gestas. O autismo benfiquista resulta da ideia de que foi a mais conseguida das ideias, a mais justa das razões, a mais alucinante das quimeras. O Benfica é subsídio, o Benfica é fundamento, o Benfica é auxílio, o Benfica é emenda. O Sport Lisboa e Benfica é avanço. O Benfica conquista.
O BENFICA diz de gente protagonista de sucesso, diz do que se viu. Diz também de gente intérprete de mística, diz do que se sentiu. Diz de gente, diz de sentimento, diz de acometidas, diz de festins. Diz do que diz porque muitos disseram Benfica. Porque muitos fizeram Benfica.
O BENFICA é plural de glória, é verdade eterna. Não tem matemática deprimente, tem prosa entusiástica. Tem porque é Benfica. E porque o Benfica foi, nos últimos 107 anos, a mais bela das coisas belas.
PS - por ocasião de mais um aniversário, reproduzo este texto em homenagem aos meus amigos Alhinho, Bento, Caiado, Cavém, Corona, Enke, Féher, Fernandes, Germano, Jacinto Marques, José Águas, Julinho, Neto, Messias, Torres, Vítor Baptista e Zeca, companheiros de tantas e tantas jornadas."
João Malheiro, in O Benfica
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