"Há dias assim, dias em que a realidade se parece com um filme escrito e realizado a pensar na comoção dos espectadores. Dá-se a inversão dos princípios e o verdadeiro, de tão incrível e recambolesco, acaba por assemelhar-se e uma telenovela ou a uma fita de Hollywood. Tal como quando Roberto, vindo do banco, substituindo o expulso Júlio César, defendeu o penálti de Hugo Leal e com isso conquistou em definitivo o carinho dos adeptos, no passado domingo, o Sport Lisboa e Benfica assinou uma obra de enorme intensidade dramática. Parecia ficção, da melhor que se pode escrever. A perder em casa frente ao Marítimo, os jogadores, orientados pelo sempre inconformado Jorge Jesus, superaram-se e venceram as imperfeições de juízo do árbitro e respectivos auxiliares, venceram a descrença e a partida, somando mais três pontos.
Vinte valores, após muitas rasteiras e manobras sujas. Vinte valores para os quase 55.000 espectadores que apoiaram a equipa até ao final. Vinte valores para o golo de Fábio Coentrão no derradeiro minuto do jogo, a esgotar o tempo de compensação. Vinte valores para os que lutaram em campo e para os suplentes não utilizados. Só a força conjunta tornou possível esta reviravolta épica, só a energia e o optimismo de todos nos trouxe a este desfecho feliz, capaz de provocar ataques cardíacos no meio dos inúmeros gritos, protestos e impropérios de vária ordem. É muita competição num mês, à média de dois encontros por semana, e que mantém um SLB em forma em todas as frentes, com o Marítimo derrotado na Luz à 21.ª jornada, segui-se o Sporting para a Taça da Liga novamente perante o nosso público. O mesmo público que vai guardando alegrias e pedaços de memória inesquecíveis. O mesmo público que incondicionalmente apoiará a sua equipa em todas as ocasiões. Vinte valores!"
Ricardo Palacin, in O Benfica
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