"O adeus de João Oliveira Pinto, o regresso do jovem leão Eduardo Quaresma e a ressurreição da águia Arthur Cabral.
Diz o povo que, enquanto há vida, há esperança. É verdade. A esperança só se perde, pois, quando se dá o último sopro do coração. É o caso de João Oliveira Pinto. Já não está entre nós, mas é como se estivesse. Quando alguém próximo desaparece do mundo dos vivos, há sempre a tendência para exagerarmos nos elogios. Talvez por medo da morte ou por sentirmos que, um dia, será a nossa vez de perdermos a esperança, começamos a hiperbolizar frases atrás de frases, elogios atrás de elogios, referências atrás de referências. Talvez seja agora o meu caso, mas aqui vai: João Oliveira Pinto é (verbo no presente, sff) uma das melhores e mais elegantes pessoas que conheci no mundo do futebol. Estarei a hiperbolizar? Não acredito. João Oliveira Pinto era mesmo um gajo do caraças.
Se enquanto há vida, há esperança, a tese do povo é válida para qualquer área da sociedade. Continuemos, porém, no futebol e falemos de Eduardo Quaresma. Completará 22 anos dentro de menos de um mês, mas ficamos com a sensação de que se fala dele há uma década. Terminou a época 2019/2020, já com Rúben Amorim, como titular no Sporting, rodando no eixo da defesa ao lado de Luís Neto, Coates, Mathieu e até Acuña, Borja e Nuno Mendes. No banco de suplentes começava a andar Gonçalo Inácio, seis meses mais velho. Porém, talvez de forma inesperada, Eduardo Quaresma jogou apenas 87 minutos na época em que os leões se sagraram campeões nacionais, enquanto Gonçalo Inácio, também um pouco inesperadamente, ganhava a titularidade a meio de 2020/2021. Seguir-se-iam empréstimos de Quaresma a Tondela e Hoffenheim nas duas épocas seguintes, sem grande sucesso. Parecia fadado a carreira de segunda ou terceira linha. Até porque Rúben Amorim, aqui e ali, foi deixando cair que Eduardo Quaresma tinha quase tudo para ser grande, mas que lhe faltava algo essencial em alta competição: maturidade e concentração. A atual época voltou a não começar bem: até quase ao início de dezembro de 2023, apenas 29 minutos realizados. Perspetivava-se mais do mesmo quando, de repente, fruto de lesão de Coates, é titular na vitória frente ao FC Porto. E arranca exibição categórica, com grande jogada para golo, embora posteriormente anulado. Assim, em pouco menos de dois meses, a carreira de Eduardo Quaresma muda de forma radical. Se enquanto há vida há esperança, o 72 de Alvalade volta a ter a possibilidade de ter carreira de muito bom nível. Há quase quatro anos que não era titular no Sporting. Há Coates, Gonçalo Inácio, Diomande, Matheus Reis, Luís Neto, Pontelo e St. Juste, mas Eduardo Quaresma parece muito sólido. Estarei, de novo, a hiperbolizar? Aguardemos.
Arthur Cabral voltou a provar que, havendo vida, pode haver esperança. Começou mal de águia ao peito, atravessou o deserto ao fazer gesto mal educado para os adeptos do Benfica, mas soube recuperar ânimo e força psicológica, marcando nos últimos três jogos na Liga e garantindo em Guimarães, ao minuto 90, um ponto que mantém o Benfica bem por dentro da luta pela vitória no campeonato. Isto, sim, não é hiperbolizar."
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