"Na última semana, o "The Telegraph" noticiou a possibilidade do cartão azul - introduz sanções temporárias a jogadores culpados de condutas antidesportivas ou desrespeito para com o árbitro - poder vir a ser brevemente uma realidade no futebol profissional.
A notícia caiu como uma bomba no mundo da bola, motivando várias reações. As vozes que mais se fizeram ouvir foram as de alguns técnicos da Premier League: quase todos convergiram na opinião de que a medida seria mais prejudicial do que benéfica, embora quisessem ter mais informações para perceber como seria aplicada na prática.
Pouco depois, a FIFA esclareceu através da sua conta oficial no X que, no que diz respeito ao futebol de alta competição, a possibilidade não estava em cima da mesa.
Certo, certo é que a agenda da 138.ª Reunião Anual Geral do IFAB (que decorrerá no próximo dia 2 de março, em Glasgow/Loch Lomond) não inclui o tema.
Sem prejuízo de vir a ser abordada nessa assembleia, o mais provável é que a proposta continue a ser testada informalmente em competições amadoras e/ou de formação, para avaliar a sua eficácia e possível implementação a outros níveis.
Nada que vá acontecer em breve.
O que será discutido nesse encontro é, como habitualmente, as alterações a introduzir às leis de jogo na próxima época (2024/25), bem como a análise de testes realizados no sentido de melhorar o comportamento de jogadores e técnicos em relação às equipas de arbitragem.
Esse é, diga-se, uma dos aspetos que mais preocupações tem levantado, tendo em conta o aumento transversal de protestos e atos de desrespeito em relação às decisões que os árbitros tomam.
À margem disso e apesar de não abrir muito o véu sobre o assunto, é provável que o órgão se debruce de novo sobre a forma como são analisados os lances de "mão/braço na bola", quando em causa estiverem possíveis pontapés de penálti:
- O International Board já adiantou que está a ser estudada a possibilidade de fazer uma emenda à Lei 12, no sentido de interpretar essas ações com a mesma filosofia que são avaliadas as restantes infrações.
Até lá é importante que se perceba que os "fazedores das leis de jogo" não são figuras conspirativas, conservadoras e desatualizadas, que procuram apenas complicar o jogo e torná-lo mais pausado e enfadonho.
É exatamente o contrário.
Atualmente, o IFAB é composto pelas quatro associações britânicas (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte - têm um voto cada) e pela FIFA, que representa as restantes associações nacionais (com quatro votos).
São esses cinco órgãos que garantem que as Leis de Jogo sejam preservadas, respeitando as tradições do futebol, bem como a sua evolução e realidade atual. A aprovação de uma moção requer maioria de ¾.
O órgão inclui ainda painéis Consultivos Técnicos e de Futebol, onde estão elementos de reconhecida experiência e com provas dadas no mundo do futebol, tais como ex-jogadores, treinadores e árbitros, que apoiam no processo de decisão.
As alterações às regras só podem ser implementadas na dita Assembleia Geral Anual (AGM) e resultam quase sempre de testes, solicitações, propostas e auscultações de diferentes áreas e sensibilidades, vindas de vários intervenientes do jogo a nível mundial.
Nada é decidido por acaso, nada acontece por acaso.
Algumas decisões podem não ser do agrado de todos nem funcionar como se esperava, mas a intenção e o know how colocados em cada mudança são ponderados e bem intencionados. Sempre."
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