"Este mês é prodígio em efemérides futebolísticas. E a quarentena tem-nos deixado tempo suficiente para evocar todas essas recordações, desde os grande triunfos europeus da década de sessenta até à bem recente Reconquista.
Nesta sexta-feira cumprem-se precisamente quinze anos sobre o título de 2005. E essa foi, posso dizê-lo, a maior alegria desportiva que tive na vida.
Já festejei quinze campeonatos, todos eles saborosos, e alguns verdadeiramente memoráveis. Mas, se tivesse de escolher apenas um ficaria com o de 1005. Jamais esquecerei aqueles momentos: primeiro nas bancadas do Bessa, depois na viagem para Lisboa, no nosso estádio, que às cinco horas de manhã se encheu para vitoriar os campeões, e já sob a luz do dia quando regressei a casa de camisola encarnada vestida, com todos os jornais desportivos debaixo do braço e o coração a transbordar de alegria.
O Benfica vinha de um longo jejum de onze anos - período negro em que a sua própria existência chegou a ser posta em causa. Durante esses anos, confesso que temi não voltar a ver o grande Benfica que me fora dado a conhecer na infância.
Esse título foi um ponto de viragem. E foi alcançado num campeonato de loucos, porventura o melhor de sempre, com voltas e reviravoltas, incerteza até final - e perante um FC Porto campeão europeu e mundial, um Sporting finalista da UEFA, ainda um grande Boavista e já um grande SC Braga, entre outras boas equipas de classe média, recheadas de bons jogadores portugueses e brasileiros. O Benfica deu-nos grandes alegrias. Essa foi a maior de todas.
Dia 22 de Maio de 2005. Uma data que nunca esquecerei."
Luís Fialho, in O Benfica
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