"- Famalicão fiel ao seu modelo de jogo na Luz e bem preparado para, dentro das suas ideias, conseguir ter a bola. A sair curto, além da habitual paciência da linha defensiva + GR, o posicionamento dos médios foi chave: o pivô Gustavo Assunção marcado por Chiquinho mas os interiores Pedro Gonçalves e Racic alternavam entre o espaço entre linhas e apoio ao colega mais recuado de sector. O elemento mais adiantado arrastava e fixava um dos médios, criando superioridade no meio-campo. Circulação também competente a procurar largura e os apoios frontais do avançado Toni Perez (que aproveita espaço dado pelo adiantamento de Pedro Gonçalves). Foi essencialmente por aqui que chegaram ao meio-campo adversário com frequência assinalável. O 1º golo do Famalicão é o espelho desta estratégia
- O Benfica trouxe duas ideias para combater a circulação do Fama: Seferovic a condicionar circulação para o seu lado direito e Chiquinho mais recuado que o habitual a marcar o pivô. Naturalmente, esta estratégia resultou no protagonismo do central Patrick William, que com a bola permitiu ao Benfica várias recuperações.
- Ofensivamente o Benfica viu-se também condicionado na sua 1ª fase de construção. Toni Martinez tinha como objectivo principal impedir que circulação de bola decorresse pelo lado esquerdo encarnado (tentativa de condicionar Taarabat que aparecia mais do outro lado?). Com a habitual linha defensiva do Fama sempre muito adiantada, o objectivo pareceu passar por fazer a bola avançar através de passes verticais para os 4 jogadores da frente, que de costas para a baliza adversária, davam no apoio frontal (destaque para Gabriel), e este procurava, variação rápida de corredor através de passe longo.
- Na sequência do ponto anterior, nota para o facto de o Benfica ter criado perigo desta forma, mesmo que sem a frequência desejada. Ainda que fosse complicado dar sequência aos passes verticais, ou até fazê-los, porque as linhas do Famalicão estavam mesmo muito compactas, quando conseguia variar o flanco e procurar o homem mais à largura e profundidade, o Benfica aproximava-se da baliza porque a sua 2ª linha de jogadores estava à frente dos médios famalicenses, conseguindo receber de frente já em zonas muito perigosas.
. Na 2ª parte os alas do Benfica, desde cedo, apareceram mais adiantados que no 1º tempo (e um pouco mais por dentro). O Famalicão passou a recorrer mais ao passe longo tendo sempre Toni Martinez como referência.
- A entrada de Rafa e Vinicius é o momento chave da tendência do jogo. Com os ataques a durarem cada vez menos tempo, a entrada dos dois jogadores alterou a estratégia do Benfica que passou a fixar o brasileiro e Seferovic na frente, sempre a ameaçar profundidade, com Rafa e Pizzi por dentro muito próximos dos avançados. Motivo para causar muita dificuldade ao Fama que gosta de ter a última linha subida, no entanto, com o adversário a ter tanta presença junto à sua última linha, houve indefinição no momento da linha média baixar e houve espaço para o Benfica ser perigoso (após passe vertical dos centrais que ganharam protagonismo nesta estratégia, ou quando a bola viajava da ala para o meio já no último terço). É assim o 2º golo dos encarnados.
- O reverso da medalha esteve na transição defensiva. Individualmente e colectivamente o Fama tem qualidade para sair e o Benfica expôs-se. Com 4 jogadores tão adiantados e próximos entre si e o adiantamento dos centrais qualquer perda de bola pode ser um problema, aconteceu no 2º golo do Famalicão (nota também para o fraco comportamento individual e colectivo da defesa encarnada).
- Destaque individual para Taarabat. É nos dias de hoje provavelmente o melhor a actuar em Portugal. Capacidade técnica para retirar adversários da frente, como no 1º golo, e boas decisões aliadas, quando necessário a uma boa dose de criatividade."
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