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domingo, 29 de setembro de 2019

SL Benfica - Vitória FC

"O Benfica apresentou-se com uma novidade no onze. Bruno Lage quis experimentar Gedson no apoio ao ponta de lança. De resto tivemos o onze base das últimas semanas. Já o Setúbal apresentou-se num 4-1-4-1, com as linhas muito baixas e a procurar o contra-ataque. Tivemos muitas dificuldades na construção, como já vem sendo habitual. Na primeira parte tivemos um ou duas boas oportunidades quando conseguimos trocar o flanco um pouco mais rápido. Na segunda parte, entrámos com Gabriel no lugar de Fejsa e a equipa perdeu alguma solidez defensiva mas não ganhou a qualidade de construção que seria de esperar. Numa fase em que o Vitória até estava ligeiramente melhor, acaba por surgir o golo de Carlos Vinícius, que tinha acabado de entrar, numa jogada muito confusa. Vitória por 1-0. Há muito a repensar. Umas notas sobre o jogo.
1. Rafa. Está na melhor fase da carreira, ainda assim esta táctica não o está a beneficiar nada. O melhor futebol de Rafa aparece quando há espaços e andar a jogar praticamente entre os médios centros e os dois avançados não tira-lhe espaço como o mete no meio de vários defesas adversários. No entanto, é inegável que foi, a par de Rúben Dias e Ferro, um dos melhores em campo.
2. Carlos Vinícius. Acabou por ser o herói inesperado. Teve bons momentos no jogo. Tem uma boa arrancada. Mas o fundamental foi mesmo a jogada do golo. É ele que recupera a bola, que a coloca em Rafa, que faz um cruzamento curto, e depois Vinícius saca uma espécie de ‘cabrito’ a Makaridze que tinha saído da baliza, concluindo com um remate certeiro. Numa fase em que RDT tarda em confirmar e Haris Seferovic não há meio de não estar fora de jogo, ganhou bons pontos hoje que o podem colocar eventualmente a titular num futuro próximo.
3. Adel Taarabt e Gabriel. O jogo não saiu nada bem nem a um, nem ao outro. Ambos procuraram muito os passes verticais e passes longos, mas a bola simplesmente não entrava. Os problemas são os mesmos do costume. O Benfica lida muito mal com defesas em bloco. Quem acaba por sofrer mais são os médios centro por onde o jogo passa todo. Têm que ter apoios mais próximos que não sejam os centrais.
4. Pizzi. Está a precisar de um par de jogos no banco.
5. Haris Seferovic. Perdi a conta ao número de vezes que foi apanhado em fora de jogo. Gosto muito de Seferovic, mas é difícil defendê-lo depois de uma exibição destas. Ora falhava ora estava fora de jogo. É capaz de muito melhor.
6. Ljubomir Fejsa. Se fosse um médio defensivo, tinha feito um bom jogo. Mas o problema é que não está a jogar a médio defensivo. Fejsa fartou-se de recuperar bolas, mas na posição onde joga, espera-se mais do que recuperar bolas. Cada vez que a bola chega ao sérvio, ele ou passa para trás ou perde a bola. Num sistema onde os médios centros (neste caso só o Taarabt) já têm tão poucos apoios, não poder contar com o médio centro que joga a par com ele, limita ainda mais a nossa construção.
7. Gedson Fernandes. Bruno Lage tinha que procurar uma alternativa ao 4-4-2 com dois pontas de lança. Tiro-lhe o chapéu por tentar colocar lá o Gedson. Mas pura e simplesmente não apareceu no jogo. O Seferovic cruzou mais bolas para Gedson do que o inverso. Deviam ter contratado um segundo avançado. É mais claro do que nunca.
8. Arbitragem de Tiago Martins. Um árbitro não assinalar um penalty, já vi muitas vezes. Acontece. Na sua opinião não foi. Desde que mantenha o critério tudo bem. Mas o que aconteceu hoje não foi isso. Esta arbitragem não teve um erro de critério. Teve dois. E dos clamorosos. Aos 70 minutos Rafa leva uma entrada com os pitons quando está a fazer um passe para trás. A bola já nem estava lá. Amarelo para o Mansilla do Setúbal. Dez minutos depois, o Taarabt perde a bola e para a recuperar tem uma entrada agressiva, sem acertar com os pitons no adversário mas Tiago Martins expulsa o marroquino. Eu não estou a dizer que o Taarabt não merecia vermelho. Ambas as entradas foram para ‘laranja’. Simplesmente havia uma pior que levou amarelo e outra menos má que levou vermelho. Mas como se não bastasse, depois de 80 e poucos minutos em que Makaridze perdeu tempo sempre que pôde, Tiago Martins dá amarelo a Odysseas Vlachodimos na primeira vez que perde tempo num pontapé de baliza. Foram dois erros grosseiros de critério. É um árbitro a seguir no futuro.
Exibição longe do perfeito. Vem aí um jogo na Rússia. Para ganhar lá temos que conseguir muito mais."

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