"Foi com uns surpreendentes dez milhões de euros que o SL Benfica resgatou ao Olympiacos o passe do médio Andreas Samaris, corria a época 2014/2015.
Seria um valor demasiado alto? Esta era a dúvida que reinava no seio dos adeptos encarnados.
Ao Estádio da Luz chegava um médio centro de 25 anos, internacional grego, com uma estampa física imponente, quase 1,90 cm de altura.
A expectativa de ver Samaris a jogar era grande, mas a espera foi curta. Foi pela mão de Jorge Jesus que o então camisola 7 fez a estreia de águia ao peito.
Para além de todas as capacidades técnicas e físicas que lhe são reconhecidas, Samaris cedo demonstrou a astúcia e inteligência que caracteriza os grandes jogadores. Percebeu a dimensão do SL Benfica e, surpreendeu tudo e todos, no inicio da segunda temporada, quando deu uma entrevista na língua de Camões a um canal televisivo português.
Mesmo com jogadores de peso no balneário como Luisão, Enzo Pérez, Nico Gaitan, Jardel, entre outros, começou a ser notória a influência crescente do grego junto do plantel encarnado.
Época após época a sua possível saída era noticia, mas apesar do assédio de clubes estrangeiros o médio foi permanecendo e é, neste momento, um dos jogadores do plantel com mais anos de águia ao peito.
A época 2018/2019 foi bastante agridoce para o médio benfiquista. Com Rui Vitória no comando, o jogador natural da cidade de Patras foi praticamente descartado tendo ficado fora das opções de forma sistemática e, para muitos benfiquistas, incompreensível.
Foi só após a chegada de Bruno Lage que o jogador recuperou posição de destaque e se afirmou como um dos indiscutíveis da turma encarnada. Aproveitando a lesão de Fejsa, o médio rapidamente chegou à sua melhor forma, assumindo logo com Gabriel uma dupla decisiva para triunfos fundamentais na caminhada da reconquista, casos da vitória em Alvalade e no Dragão.
Acarinhado e visto como um líder pelo plantel, o jogador deu o exemplo ao longo da primeira metade da época, treinando sempre nos limites e não mais largando a titularidade até ao final do campeonato. Tem uma entrega tremenda nos 90 minutos, fazendo da firmeza com que aborda cada lance a sua imagem de marca. Por vezes acusado de ser demasiado viril pelos adeptos adversários, a raça e a entrega são duas das características chave do seu jogo.
Seguramente todos os leitores recordar-se-ão do vermelho directo visto em Moreira de Cónegos como uma definição do grego. Eu prefiro recordar esse lance como sendo um ato isolado e gravar na memória como lidou bem e de forma profissional com a ausência bastante prolongada de minutos nas pernas.
Por vezes comente excessos, como em Moreira de Cónegos e o lance que ditou o vermelho directo, mas é inegável para qualquer benfiquista o profissionalismo do grego, mesmo nos momentos mais difíceis, provando que os grandes campeões não se fazem dentro do campo. Com o futebol em constante mudança, é hoje fundamental ter um jogador que seja a voz do treinador dentro de campo e vejo em Samaris o homem certo para desempenhar essa função.
Com o final de carreira de Luisão e Jardel já numa curva descendente, é notória a importância de alguém que lhes possa suceder e ninguém melhor do que Samaris para ser o novo líder do plantel encarnado.
Entra agora na sua sexta época de águia ao peito, sendo já um dos capitães do plantel.
Terá Andreas Samaris o perfil certo para carregar consigo, a tão desejada braçadeira encarnada?"
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